Educadores aprendem mais sobre o Direito de Brincar

30/09/2014 - 0:00
Educadores aprendem mais sobre o Direito de Brincar
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“Pare de brincar e vá para a escola”, “Ah! Você tá de brincadeira”, “Dá pra ficar quieto!” Expressões como essas tiram a espontaneidade e alegria das crianças, ajudam a produzir adultos contidos, indecisos, inseguros, e infelizes. São ainda a evidência do preconceito contra a brincadeira de criança, o brincar na escola que o mundo moderno tenta resgatar e que é assunto do programa O Direito de Brincar, que teve encontros realizados neste mês, 12 e 19/9, em Embu das Artes.

O evento contou com palestra de Marilena Flores, presidente da Associação Brasileira pelo Direito de Brincar (IPA Brasil), que é uma Organização da Sociedade Civil, de Caráter Público (Oscip), fundada em 1997, além de  membro da Rede Nacional Primeira Infância (RNPI) Brasil. “Ao ler biografias de homens e mulheres, descobrimos que decidiram sua vida na infância. Brincar é um treino para a vida futura. Outra questão é o humor. Quem tem humor vive melhor. A brincadeira desenvolve a capacidade de se colocar no lugar do outro, a linguagem, que é a grande aliada da paz”, declarou. Na sua visão, é preciso ficar atento aos efeitos da tecnologia: “Uma criança deixa de aprender 96 vocábulos a cada hora na frente da televisão”, diz, lembrando que o tablet virou equipamento dos bebês.

O direito de brincar é garantido pelo artigo 31 da Convenção dos Direitos da Criança, da Organização das Nações Unidas (ONU). Jogos e Brincadeiras Tradicionais, Dia de Brincar em Espaços Públicos, O Brincar na Escola, Indicadores para uma Escola Amiga do Brincar, Elaboração e Gestão de Projetos Lúdicos foram oficinas vivenciadas pelos participantes, professores, coordenadores pedagógicos, docentes e representantes do Programa Mais Educação da Rede de Ensino, direta e conveniada, que durante o encontro refletiram sobre a importância do brincar.

Parcerias

O programa O Direito de Brincar foi realizado pelo Governo de Embu das Artes, por meio da Secretaria de Educação, em parceria com Chance Play, uma  iniciativa do Comitê dos Trabalhadores da Volkswagen e de Terre des hommes, da Alemanha, implementando  projetos através de parcerias com organizações locais que potencializaram o brincar e a prática esportiva como ferramenta socioeducativa.

Compareceram ao encontro o secretário de Educação, Paulo Vicente dos Reis, que assistiu as apresentações dos resultados das oficinas e enfatizou a responsabilidade de cada um na garantia do Direito de Brincar. Os participantes receberam o Guia Prático para Criar Oportunidades Lúdicas e Efetivar o Direito de Brincar e o Artigo 31 da Convenção dos Direitos da Criança. A professora Selma Bezerra, coordenadora do Programa Mais Educação, reafirmou o convite feito pelo secretário aos formadores do Programa O Direito de Brincar, para que retornem à cidade oportunamente. 

Terre des hommes Brasil é uma organização não governamental sem fins lucrativos, criada em 1960 por Edmond Kaiser e que faz parte da Fondation Terre des hommes (Tdh), com sede em Lausanne, Suíça. Atua em 34 países, com ações que beneficiam mais de 2 milhões de crianças e adolescentes anualmente. Trabalha pela promoção, pela garantia e pela defesa dos direitos de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade. No Brasil, os projetos apoiados por Terre des hommes são referência.

O Programa Mais Educação atende 1.200 alunos do Ensino Fundamental em atividades extracurriculares, como canto e coral, percussão, dança, capoeira, fotografia, comunicação, acompanhamento pedagógico. Amplia o horário escolar de 5 para 7 horas (5 horas de ensino regular mais 2 horas de atividades). As unidades que recebem o programa devem estar instaladas em regiões de alta vulnerabilidade social. O programa tem a proposta de colaborar para a elevação do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), indicador do Ministério da Educação que avalia a qualidade do ensino na escola.

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