O público de cerca de 6 mil pessoas, segundo
estimativa da Guarda Civil Municipal (GCM), garantiu os animados dias da Festa
de Santa Cruz, de 16 a 20/5. “Esta festa, realizada aqui neste local, é uma
tradição que precisa ser preservada para garantir a identidade cultural de Embu
das Artes”, declarou a coordenadora do
Memorial Sakai, Tônia do Embu, na missa de abertura na Capela de Santa Cruz, conduzida
pelo representante do vigário e pároco do Centro, padre André, e que contou com
a presença de Noêmia Cachoeira e rezadeiras.
A Festa de Santa Cruz remonta à época em que
os jesuítas catequizavam índios nas terras da Aldeia M’Boy, que deu origem ao município. Os dois primeiros dias são
dedicados à parte religiosa, com missa e procissão. Os três dias finais, neste
ano 18, 19 e 20/5, contam com shows folclóricos, de violeiros da região e
músicos convidados. Nesse período, o público é heterogênio, no entanto é comum
encontrar pessoas que têm vínculo com essa que é a mais tradicional
manifestação cultural da cidade.
Participação e histórias
Daiane Berchele, 19 anos, enquanto se diverte,
diz: “Meus pais (Solange da Penha Berchele Evangelista e José Divino
Evangelista) se conheceram na Festa de Santa Cruz há 32 anos e sempre vêm pelo
menos um dia”. O namorado, Lucas Augusto da Luz, 24, conta que sua mãe sempre
ajudou a cobrir a cruz de flores. Ivanir Angelina Duarte, Argentino Duarte e a
filha Aleci, moradores do Engenho Velho, também participam da festa há anos.
Todos compareceram no domingo, 20/5, ouviram atrações musicais, como violeiros da Associação
de Violeiros de Embu das Artes (Asave) e o som de Craveiro e Cravinho, dupla
caipira com 50 anos de atividades. Ouviram e viram antes o Coral Criarte, a
Folia de Reis do Marajoara, o jongo Embu das Artes. A dupla interpretou Recordação, de Mário Zan
e Arlindo Pinto, entre outras canções conhecidas, e, ao final, conversou com
alguns fãs, como José Maria Cavalcanti e Maria Terezinha Cirilo, que revelou a
Craveiro (Sebastião Branco) ter todos os CDs da dupla. Teve também sessão de
fotos com vários fãs.
“A
moda de viola não se perdeu porque existe desde o descobrimento. Mas os grupos
diminuíram, muitos morreram. Aí veio o universitário. Para mim, universitário é
quem estuda na universidade. Eles colocaram toda a moda de viola no meio para
dizer que é sertanejo. Nós não colocamos eles na nossa música”, desabafa
Craveiro, que nos próximos dias faz show, juntamente com Cravinho, em Pirajuí e
Porangaba.
A Festa de Santa Cruz contou com a presença
do grande público, de comunidades da região do Cercado Grande, dos vereadores
Didi e Ná, do deputado estadual Prefeito, dos secretários Valdir Barbosa,
Turismo e Cultura, Helton Rodrigues, Gabinete e Comunicação, do comandante
Dirceu, da Guarda Civil Municipal (GCM), do prefeito de Embu das Artes, entre
outros.