Ações inclusivas valorizam as diferenças

15/12/2005 - 0:00
Ações inclusivas valorizam as diferenças
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Refletir a respeito da inclusão das pessoas portadoras de deficiências, valorizando as diferenças sob a ótica de que todo indivíduo é diferente, avaliar e valorizar o trabalho já realizado nesse segmento foram os objetivos do 1º Encontro Intersetorial de Ações Inclusivas de Embu. Realizado no auditório do Centro Cultural Embu das Artes na quinta-feira, dia 15, o evento reuniu representantes do governo municipal, profissionais da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), educadores e educandos.

A partir da parceria firmada com a Unifesp ainda na década de 70, Embu desenvolveu um histórico de ações inclusivas através de diferentes programas, secretarias municipais e entidades da sociedade civil organizada. O município conta, através da Secretaria de Saúde, com o Programa de Integração Docente-Assistencial (PIDA-Embu) da Escola Paulista de Medicina (EPM/Unifesp) e o Projeto Desenvolver, criado em 1995 e que funciona na Unidade Básica de Saúde do Jardim Santo Eduardo. Já a partir de 2001 o atual governo municipal lançou o programa Escola Promotora da Saúde, com atuação conjunta das Secretarias de Saúde e Educação, o Ambulatório de Dificuldades Escolares e o Grupo Interinstitucional da Pessoa com Deficiência, entre outros projetos. Além da inclusão de alunos especiais nas escolas por meio de ações da Secretaria de Educação, o prefeito Prefeito implantou em 2005 a primeira Sala de Apoio à Inclusão de Deficiente na Escola (SAIDE).

O princípio que sustenta as ações inclusivas e promove as mudanças sociais almejadas, melhorando a qualidade de vida das pessoas é o envolvimento da sociedade, é a sua participação crítica e construtiva. Esta é a opinião do secretário municipal de Saúde, Dr. Jorge Harada, endossada por participantes do encontro como os médicos coordenadores de programas e projetos Renato Ventura (Pida-Embu), Glaura Pedroso (Grupo Interinstitucional) e Rosa Resegue (Desenvolver). Participaram também da atividade o vice-prefeito Roberto Terassi; Karen Yashmann, diretora do Centro de Educação Especial Armando Vidigal; Aurineide Moreira, supervisora municipal de Educação Inclusiva, representando a secretária Rosimary Matos, e o vereador Clidão do Taxi, representante da Câmara Municipal de Embu. Os vereadores Natinha e Manoel Raimundo, também prestigiaram o evento.

Defendendo que a pessoa com deficiência precisa não apenas ser incluída, mas integrada ao cotidiano social, a professora da USP Eucenir Rocha proferiu a palestra "Desconstruindo os processos de exclusão social". O encontro comemorou datas importantes que marcam a superação de barreiras contra os portadores de deficiências, buscando a inclusão e, como defende a docente da USP, a integração dessas pessoas. Foram celebrados dez anos do Projeto Conviver; dez do Ambulatório de Dificuldades Escolares e cinco anos da Educação Inclusiva no Embu. Segundo Edimar Ribeiro, presidente da Sociedade para Emancipação dos Deficientes de Embu (SEDE) que é parceira da prefeitura, houve avanços no sentido de oferecer melhores condições de vida para a pessoa portadora de deficiências no município. A entidade atende atualmente 79 deficientes, além de oferecer cursos da Língua Brasileira de Sinais (Libras) para portadores de surdez, estendidos gratuitamente a seus familiares, dentre outras atividades. Aparecida Mota, assessora da Pessoa Deficiente da Secretaria de Cidadania e Assistência Social, é uma referência do trabalho de integração social que acontece no Embu. Deficiente visual, Cida ingressou em Pedagogia na Unasp e já está propondo à instituição ministrar o curso de Braille como contrapartida a uma bolsa de estudos.

Ao som dos instrumentos percussivos tocados pelos alunos da escola especial Armando Vidigal, o público que lotou o auditório emocinou-se. A instituição está consolidando-se como referência na área de Educação Inclusiva para a região. O evento foi marcado, ainda, pelo lançamento e entrega do Prêmio Profissional Amigo da Inclusão, simbolizado numa obra artesanal feita pelos alunos da Armando Vidigal.

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