Agenov deixa a todos a sua arte

31/08/2015 - 0:00
Agenov deixa a todos a sua arte
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Perdemos Agenov e é com muito pesar que a Prefeitura de Embu das Artes registra o seu falecimento no último fim de semana. Agenov tinha 50 anos e veio para a cidade aos 15 com os pais Agenor Francisco dos Santos, filho de carpinteiro de origem africana, e Importília Marques de Jesus, descendente de imigrantes chineses e portugueses. O pai, escultor desde os 7 anos, deixou na sua terra, Alagoinhas, BA, no Convento dos Capuchinhos, as primeiras obras que produziu e, mais tarde, no Brasil e no mundo outras obras e o reconhecimento do seu trabalho, que o classifica como um dos grandes escultores brasileiros contemporâneos de madeira e pedra-sabão.

Agenov seguiu os passos do pai, de início a contragosto, como ele mesmo revelou em entrevista. Mais tarde, após a morte do pai, ele e o irmão, Ivan, assumiriam a tradição paterna no sítio do Jd. Sílvia, onde mora toda a família, e que também é o atelier. Agenov produziu esculturas de madeira, pedra-sabão, mármore, granito, quartzo com profundidade e talento, com trabalho reconhecido e valorizado por outros artistas da cidade. Além de artista, Agenov foi um grande cidadão: “Ele era importante tanto como artista quanto como participante da vida cultural na cidade. Na sua própria chácara, reunia jovens, dava lanche e aula de violão”, conta a amiga Tônia do Embu.

“Ele seguiu o legado do pai e imprimiu o seu estilo nas suas obras”, diz o artista plástico Paulo Dud. Sua última participação como artista foi da Expo Contemporâneos 2015, que marcou as comemorações dos 461 anos da Aldeia M´boy,  em julho. Em razão da doença, Agenov não compareceu à abertura. Sua contribuição para o município se estendeu a outras participações importantes, como artista convidado do Projeto Férias Escolares, como representante da cidade no Revelando São Paulo.

O corpo de Agenor Francisco dos Santos Júnior (1965 -2015) foi sepultado, às 15h, de 30/8, no Memorial Parque Paulista. Agenor, filho da artesã Esmeralda (Ada), que faz crochê e expõe na Feira de Embu das Artes, deixa mãe, irmãos, mulher, filhos e a cidade triste e agradecida pelo seu legado humanitário e artístico.

 

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