A Estância Turística de Embu recebeu no domingo (18/3) dois turistas singulares: Telmo Faria, presidente da Câmara Municipal e prefeito da cidade de Óbidos, Portugal, e José Parreira, chefe de gabinete. A visita foi sugerida ao prefeito português pelo ex-ministro da economia de Portugal, professor Augusto Mateus, que já esteve aqui e ficou encantado. O prefeito Prefeito recebeu os visitantes, com quem conversou sobre política nacional e internacional, turismo e arte, além dos projetos de inclusão social de sua administração.
Telmo Faria, que é do Partido Social Democrata e está em seu segundo mandato, visitou o Centro Cultural, o Museu de Arte Sacra, o Museu do Índio, o Memorial Sakai e conversou com artistas, como Wanderley Ciuffi, que já esteve em Óbidos e até retratou a cidade em suas telas. Essa é, aliás, uma mania entre os turistas que visitam a Vila-Museu, como é chamada a cidade de Óbidos, patrimônio histórico nacional. O governo português está requerendo o título de Patrimônio Cultural da Humanidade, outorgado pela Unesco, além de estarem disputando o título de uma das novas sete maravilhas do mundo. Assim como o Cristo Redentor, principal ponto turístico do Rio de Janeiro, que também concorre.
"Inspirados nessa procura e pela tradição artística de Óbidos, estamos fazendo a finalização de um projeto pioneiro de Incubadora de Arte, que prevê a construção, com recursos públicos, de casas-ateliês com o objetivo de atrair artistas e intelectuais – a chamada economia criativa – para a cidade que está crescendo turisticamente e gerará milhares de empregos nessa área nos próximos anos", salientou Telmo Faria.
Banhada pelas águas do oceano Atlântico, a cidade é cercada de belezas naturais, casario que lembra as nossas cidades mineiras e a tranqüilidade de possuir 11 mil habitantes. O Castelo de Óbidos e as muralhas que circundam parte da cidade atraem 2 milhões de turistas de toda a Europa anualmente para desfrutar de suas festas religiosas como Senhor Morto, Senhor dos Passos e Bom Jesus. No final dos anos 40, toda a vila foi dotada de uma homogeneidade estética que passou pelo revestimento de cal das fachadas e pelo pavimento uniforme de todas as ruas.
Um pouco da história
Óbidos aparece em referências documentais do século XII, marcada pela resistência por parte dos muçulmanos. O ano de 1210 é uma das datas mais marcantes da vila. Nesse ano, ela foi doada às rainhas, passando a figurar como uma importante localidade da casa das soberanas nacionais. Com presença assídua dos casais regentes ao longo das Idades Média e Moderna, Óbidos floresceu e foi sucessivamente enriquecida por obras de arte. O mecenato artístico patrocinado por D. Leonor (século XV) e, especialmente, por D. Catarina (século XVI), marca, ainda hoje, a paisagem arquitetônica e cultural da vila.
O castelo e as muralhas de Óbidos evocam a importância da localidade na Baixa Idade Média, com muralhas e torres de observação e chafarizes. As igrejas são um espetáculo à parte, como as ermidas de Nossa Senhora do Carmo, de Santo Antão, de Nossa Senhora de Monserrate, o Mosteiro de S. Miguel das Gaeiras, o Santuário do Senhor da Pedra e as igrejas de Santa Maria e da Misericórdia, que têm paredes revestidas de azulejos.