Centenas
de pessoas já visitaram a exposição multimídia “Fabrica de Imagens – Instalação
Circulante do Feminino” que o Centro de Referência da Mulher (CRM) expõe
desde sexta, 25/3. Trata-se de um real “Manifesto Feminista” em forma de
exposição, que foi criada pelo Centro de Informação da Mulher (CIM), uma das
mais antigas organizações feministas do país, e apresentará extensa programação
até a próxima semana, 30/3, das 8 às 18h.
Cerca de
70 mulheres participaram da abertura da exposição o secretário municipal de
Participação cidadã, Edson Bezerra Ferreira, a coordenadora do CRM, Marisa
Araujo da Silva, Ângela Maluf do CRM de Cotia e a coordenadora da
Assessoria da Saúde da População Negra de Embu das Artes, Dra. Regina Nogueira.
Além de representantes do CENAAFRO, GPAD e Centro de Referencia do Idoso.
Durante o evento foi apresentado o vídeo “Marcha Mundial das Mulheres”.
A
coordenadora do CIM, Marta Baião, também uma das criadoras e organizadoras da
exposição, tanto o evento como o próprio CRM é uma conquista da luta das
mulheres pelo poder público. Segundo ela, a “Fabrica de Imagens” é
uma resposta à desvalorização das mulheres por toda a História. Conforme ela,
todo o saber e conhecimento da humanidade foram construídos por homens e as
mulheres foram consideradas como inferior desde cerca de 300 anos a.C. E hoje
mostra a participação da mulher em todas as lutas políticas desde os anos 1970,
durante a ditadura militar, em que até o CIM sofreu repressão.
“É na
verdade uma história de interdição, de exclusão e de crueldade, que mesmo com
todas as conquistas, ainda vemos até hoje. E nessa exposição estamos praticando
o desmonte dessas mentiras” . – disse Marta informando que esse desmonte
político começou no Brasil ainda.
Soninha
Coelho, da Sempre Viva (SOF), declarou que a exposição trata da violência
contra a mulher que segundo ela é um pilar da opressão que vivemos que nada
mais é que um mecanismo de controle e poder masculino. Soninha lembrou do
evento de estupro coletivo que recentemente foi organizado em Queimadas – BA,
seguido de assassinato de duas mulheres com requintes de crueldade, para
lembrar que que no Brasil cinco mulheres são espancadas a cada 2 minutos, e que
demonstram o tamanho cultura de ódio contra as mulheres , ou seja, de
“misoginia” que estamos vivendo. E que se expressa não só na violência,
como na banalização do corpo e da sexualidade das mulheres, num espetáculo de
mercantilização do corpo da mulher “Como se fossemos descartáveis” as pesquisas
apontam que as mulheres casadas tem mais medo de violência do que de doenças
fatais como o câncer e doenças do coração.
Para
Soninha tudo isso é causa de uma política de falta de prevenção, de grande
impunidade desses crimes e de falta de autonomia financeira das mulheres. “São
mais de 5 anos de existência da Lei Maria da Penha e a violência contra a
mulher continua, o que esta acontecendo e impedindo sua aplicação?” – perguntou
Soninha. Segundo ela, o Senado está discutindo a possibilidade de realizar uma
CPI (comissão parlamentar de inquérito) para investigar e averiguar as causas
da violência que ainda existe no Brasil. Ela lembra que como no país existem
cerca de 300 CRM´s, ela acha que é possível se criar no país uma cultura da
não violência, do fortalecimento das mulheres e do respeito aos direitos
fundamentais de todos.
O
secretário de Participação Cidadã, Edson Bezerra Ferreira, disse a exposição mostra
bem a herança cultural que durante séculos foi passada dos pais para os filhos.
E que podem ajudar na prevenção de eventos de violência. “Que o governo sempre
se lembre disso. E também das leis e Direitos das Mulheres em sua luta diária
por democracia” – afirmou.
PROGRAMAÇÃO:
FÁBRICA DE IMAGENS – Centro de
Referencia da Mulher
De
18:00 – Fábrica de Imagens Instalação Circulante do
Feminino Um
manifesto feminista. Local: Centro de Referência da Mulher – Rua Dona
Bernadina,
37 – Jd. Arabutã
Programação
detalhada.
26/03 (2ª
feira)
– 11h – Abertura
– Teatro
Performático
-15h às 15h15
– Corredor
de mulheres
– Auto –
minha- imagem
–
Vulvar
– Memória
de Mulher (Diário de Razão)
– Leitura
íntima (sala de leitura do acervo do CIM)
27/03 (3ª
feira)
– Papo de
Mulher – 16h às 17h3h 9sugestão de nome: Memória feminina e o silêncio da
história
– Corredor
de mulheres
– Auto –
minha- imagem
–
Vulvar
-; Memória
de Mulher (Diário de Razão)
– Leitura
íntima (sala de leitura do acervo do CIM)
28/03 (4ª
feira)
– Retrato
de mulher – Workshop de fotografia – 14h às 16h
– Cine
Mulher – 17h às 18hs
– Corredor
de mulheres
– Auto –
minha- imagem
–
Vulvar
– Memória
de Mulher (Diário de Razão)
– Leitura
íntima (sala de leitura do acervo do CIM)
29/03 (5ª
feira)
– Teatro
Performático -11h às 11h15
– Corredor
de mulheres
– Auto –
minha- imagem
–
Vulvar
– Memória
de Mulher (Diário de Razão)
– Leitura
íntima (sala de leitura do acervo do CIM)
30/03 – (6ª
feira)
– Corredor
de mulheres
– Auto –
minha- imagem
–
Vulvar
– Memória
de Mulher (Diário de Razão)
– Leitura
íntima (sala de leitura do acervo do CIM)