Embu das Artes leva, de 17 a 27 de julho, a sua experiência artística para outro Estado. Durante dez dias, artistas da cidade – pintores e escultores – estarão em Padre Paraíso, no Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais, promovendo palestras e oficinas de pintura e escultura. A iniciativa do Intercâmbio Cultural Embu das Artes/Padre Paraíso é da Secretaria de Turismo da Prefeitura da Estância Turística de Embu das Artes e da Prefeitura de Padre Paraíso.
A proposta é sensibilizar os jovens da cidade, com 17 mil habitantes, para a arte. Mesmo estando numa região tradicionalmente de muita argila e cerâmica, como é o Vale do Jequitinhonha, os moradores de Padre Paraíso não têm esse interesse, segundo Tônia do Embu, coordenadora do projeto em Padre Paraíso. Segundo ela, o imaginário histórico e cultural de Padre Paraíso é semelhante ao de Embu das Artes que "possui na fonte religiosa as mesmas razões de ser e constituir".
A artista plástica discípula do Mestre Sakai é a responsável pelo Memorial Sakai de Embu, cujo prédio foi reconstruído na administração do prefeito Prefeito, que cumpre seu segundo mandato, e também restaurou as obras do Mestre. Com a exposição permanente dos trabalhos do artista o espaço é utilizado para a ministrar cursos de cerâmica para 60 alunos de diversas regiões da cidade. Tadakiyo Sakai, falecido em 1981, foi um ceramista de renome internacional e um dos fundadores da Feira de Artes. Mestre Sakai tem entre seus discípulos a artista plástica Tomie Ohtake, pintora e escultora consagrada.
Em Padre Paraíso, participarão das atividades mais de 100 alunos, divididos entre os períodos da manhã e da tarde. Na oficina de cerâmica, segundo Tônia, eles aprenderão três técnicas completas: modelagem, construção de forno a lenha e processo de queima. Os artistas também organizarão uma exposição de seus trabalhos para os moradores da cidade.
O intercâmbio tem como objetivos fomentar a inserção social das pessoas mediante o fazer artístico, estimular e descobrir talentos artísticos e verificar como a arte e a cultura, além de promover a inserção social das pessoas pode ser um meio de geração de emprego e renda. A partir desta experiência, o diálogo e a parceria entre as duas cidades, mediante o viés da arte e da cultura, poderá ser ampliado.
Participarão do projeto o pintor de origem grega e morador de Embu das Artes, Panayotis, especialista em pintura de igrejas ortodoxas gregas; Aurino Bonfim, pintura naïf ou primitiva; e os ceramistas/escultores Edson de Souza, Helaine Malca, Carlos Aparecido de Souza, Ademir da Silva, Alex Bilo, Francisca Pereira (Chica), Iracema Indig (Sinhô) e Tônia de Embu.
Sobre Embu das Artes: município distante apenas 27 quilômetros do marco zero da cidade de São Paulo, a Estância Turística de Embu atrai milhares de visitantes do Brasil e do mundo por sua riqueza artística, cultural e ecológica. A tradicional Feira de Artes e Artesanato que em 31 de janeiro de 2005 completou 36 anos reúne aos sábados, domingos e feriados mais de 900 expositores. Ruas e vielas na região central circundam construções de estilo colonial e barroco, destacando-se o conjunto arquitetônico erguido pelos jesuítas no século XVII, tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Condephat). No lugar aprazível pelo clima ameno e preservação de áreas da Mata Atlântica espalham-se dezenas de lojas que comercializam a produção artística local e móveis coloniais, além de ateliês e restaurantes especializados na culinária brasileira, alemã e oriental. Hotéis, Centro Cultural, Parque Francisco Rizzo (Parque do Lago), um moderno centro de convenções executivas, a Cidade das Abelhas e outras atrações compõem a cidade. Nascida em
1554 de um aldeamento chamado Bohy pelas mãos de jesuítas e índios, a estância transformou-se em Embu das Artes por concentrar um forte movimento artístico-cultural ainda nos anos 60.