Empreendedorismo será aplicado na rede municipal após capacitação de professores

05/07/2018 - 17:14
Empreendedorismo será aplicado na rede municipal após capacitação de professores
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A Secretaria de Educação e o Sebrae desenvolvem o projeto “Jovens Empreendedores Primeiros Passos”, que é uma parceria de capacitação de professores para, a partir do segundo semestre de 2018, ensinarem empreendedorismo para cerca de 14 mil crianças da rede municipal de ensino, do 1º ao 5º ano. A carga horária é de 38 horas.

Um dos últimos encontros da capacitação aconteceu na quarta-feira (5/7) no Parque Francisco Rizzo, reunindo dezenas de educadoras. A ideia do projeto é tornar o “empreendedorismo” uma formação em sala de aula para estimular o comportamento empreendedor do estudante e instruí-los para criação de um plano de negócios, incentivando características como persistência, independência, autoconfiança, planejamento, controle financeiro e estratégias.

Com os conhecimentos, se essas crianças quiserem ter um empreendimento próprio no futuro estarão mais preparadas, pois desenvolverão dinâmicas que envolvem aprendizados sobre montagem de lojas ou exposições, aplicação de cálculo para gastos, técnicas de vendas e obtenção de lucros, entre outros, além de serem trabalhados temas transversais como cultura da cooperação, inovação, ecossustentabilidade, ética e cidadania.

O projeto se desdobra em torno da produção de brinquedos com materiais reciclados para serem vendidos numa feira no fim do ano, que será organizada pelos alunos, sendo eles os protagonistas de todo processo empreendedor do negócio, desde a confecção do material, plano de marketing, formulação de preço, organização de ponto de venda, obtenção de lucro etc., atuando em equipe, com muita troca de ideias e colaboração mútua.

“Todo mundo tem um sonho ou uma meta de vida, mas muitas vezes não conseguem alcançá-los por desconhecimento, mas existem metodologias que podem ser aplicadas para que o indivíduo consiga realizar esses objetivos pessoais”, afirmou a analista de cultura empreendedora do Sebrae Osasco, Islane Lemos, que ministra o curso em Embu das Artes.

Filho inspira pai a abrir bicicletaria

Islane Lemos citou um exemplo de um dos alunos que participou desse projeto do Sebrae em outro lugar. Ela lembrou que o estudante sugeriu ao seu pai desempregado que abrisse uma oficina de bicicletas, pois a cidade onde moravam haviam muitos ciclistas e nenhum estabelecimento para a manutenção de suas “bikes”. O pai abraçou a ideia e montou uma bicicletaria, que acabou dando certo, gerando renda para sua família e levando benefícios para as pessoas que não precisaram mais se deslocar para outro município em busca do serviço.

“Esse comportamento de busca de oportunidade e iniciativa foi possível por causa da participação do estudante no projeto, que conseguiu observar o ambiente e perceber essa necessidade de mercado, o que talvez não acontecesse se ele não tivesse passado pela formação”, avaliou Islane.

Professoras opinam sobre o projeto
 

Coordenadora pedagógica da E. M. Primavera, Ana Paula Carvalho Silva Almeida exaltou a formação como uma rica contribuição para os professores estenderem o aprendizado dos alunos de forma integrada, desenvolvendo as suas capacidades e competências. “De forma lúdica, eles aprenderão a administrar um negócio a partir de pequenas situações do dia a dia, nos seus lares, agregando outras disciplinas como matemática ou língua portuguesa, que acabam sendo utilizadas na prática”, disse ela.

Já a coordenadora da E. M. Paulo Freire, Maria Rita Duarte, contou que participou de uma experiência parecida antes em outra oportunidade, e garantiu que foi contagiante. ”O resultado final será positivo e inovador, fazendo-os desenvolver o espírito empreendedor e entender que a produção deles a partir de materiais simples poderá ser vendida e gerar renda”.

“A formação tem um conteúdo teórico bastante extenso que é passado aos professores”, afirmou a coordenadora da E. M. Jornalista Ramos, Elza Mara Lopes. “Durante o curso foi percebido pelas educadoras que esse conhecimento é muito próximo da realidade escolar e comunitária e, após as oficinas práticas, essa percepção ficou ainda mais exacerbada, tanto que as escolas estão mobilizadas, os materiais reciclados estão sendo arrecadados e as professoras estão animadas, com o intuito positivo de levar as crianças para fazer algo diferente e dar uma nova expectativa que envolverá a escola inteira”, concluiu.

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