A Feira de Artes e Artesanato completou no último dia 31/1, 55 anos de muitas histórias, tradição e cultura. A Secretaria de Turismo realizou homenagem aos expositores no domingo, 4/2, no Centro Cultural Mestre Assis. Artistas e expositores, juntamente com o secretário da pasta, Rogério Castro, participaram da recepção e falaram sobre a icônica feira, declarada “Patrimônio Cultural Imaterial do Estado de São Paulo”, após a aprovação pela Assembleia Legislativa em 2021.
A feira
Atualmente, a Feira recebe entre 30 e 40 mil visitantes, vindos de várias regiões do estado, do Brasil e do mundo. São quase 500 expositores que apresentam artes, artesanato e utensílios de todos os tipos para todos os bolsos e gostos.
Mário Zezza e sua esposa, Odinéia, moradores de Campinas, visitaram a feira pela segunda vez. Eles estiveram na cidade antes da pandemia. “Nossa ex-nora nos convidou para conhecer a feira e adoramos. Hoje estamos repetindo a dose. A cidade traz muitos momentos gostosos, tudo chama muito a atenção, venham conhecer que vale muito a pena!”, disse o casal.
A história
A vocação artística da cidade teve origem a partir da edificação da Igreja N. S. do Rosário, hoje Museu de Arte Sacra, erguida por padres jesuítas e índios no período colonial (1690), que também confeccionaram suas obras e imagens religiosas.
Já no século 20, artistas como Cássio M´Boi, Sakay e tantos outros ajudaram a consolidar a produção de obras de arte no território junto ao escultor Mestre Assis do Embu e ao poeta Solano Trindade, incorporando no município o tempero essencial da cultura brasileira, trazendo repertório de ritmos e danças afro-brasileiras. A partir do 1º Salão de Artes Plásticas de Embu em 1964, que reuniu trabalhos de diversos artistas renomados, a arte produzida em Embu das Artes passou a ser reconhecida nacional e internacionalmente.
A presença de artistas contemporâneos, populares e de bravos hippies, que por aqui chegaram na década de 60, ampliou a atividade artística na cidade. Assim, sob a temperatura de tempos de transformação social, mudança de padrões comportamentais e efervescência política, estudantil e cultural, nasce em 1969 a Feira de Artes e Artesanato, em frente ao Museu de Arte Sacra, articulada por Mestre Assis do Embu, que estimulou a vinda para a cidade dos expositores da então feira da Praça da República, em São Paulo.
E não só a tradição e a cultura popular brasileiras brotaram por essa terra, pois artistas estrangeiros também se fixaram no município, entre eles, japoneses, argentinos, uruguaios, chilenos, bolivianos, peruanos, haitianos etc., influenciando substancialmente a cena cultural embuense.