O aniversário da Feira de Embu das Arte (31/1) foi festejado por expositores e frequentadores. Muitos conversaram sobre velhos e novos tempos da feira de arte e artesanato realizada no centro da cidade, desde 1969. No fim de semana dos 46 anos da Feira, João Batista, morador da cidade há 35 anos, voltou ao largo 21 de Abril para falar com amigos expositores. Sempre que se encontram, invariavelmente, a conversa envolve arte: “Falamos de Ana Moisés, Assis do Embu e muitos outros e também sobre a Feira, o movimento daqui. Tive restaurante aqui perto, mas, mesmo tendo ficado longe, venho de vez em quando”, declara João.
Entre comentários valorizando a cidade como centro de arte, com base na Feira de Embu das Artes, surgiram debates sobre a sua importância fora do município. Segundo o artesão Aparecido Valdevino de Souza (Cido), é a cidade do País que mais tem latino-americanos. O reflexo disso pode ser visto na feira, nos fins de semana, a exemplo de um artista como Carlos Mass, na feira há 35 anos, e que confirma o que diz Cido: “Vim pra cá através de um amigo que conheci na Europa. De 1977 a 1983 mais da metade dos artistas e artesãos era de argentinos, chilenos, uruguaios, com base em estudo que foi feito na época. É a cidade que mais tem latino-americanos no País”.
A Feira de Embu das Artes é a casa de artistas como Paulo Jóia, que recicla metal para produzir bijuterias exclusivas e está na feira desde o início. É lugar preferido de Maria de Fátima Auricchio, filha de alfaiate, especialista em casacos de alfaiataria, no inverno; peças de tecido, tricô, tear no verão. “Estou na feira há 27 anos e tenho clientes de 25 anos. Produzo coleções de inverno e verão pensando nelas, e elas vêm buscar”, diz.
Já Maria Luiza Martinelli, a Nena, tem só quatro anos de feira, mas só porque chegou depois de abandonar a eletrônica e se dedicar ao seu trabalho no lugar onde mãe, marido e irmã já atuam há anos. Sandra Regina Leal de Oliveira, modelista e expositora, há oito anos na Feira, que funciona aos sábados, domingos e feriados, das 9 às 18h, está feliz pelo espaço para expor e vender suas peças de tai dai e roupas coloridas.
Artistas e artesãos cativam visitantes como Ana Maria Liessa, que veio no fim de semana para um passeio com os amigos e se encantava a cada descoberta de uma peça, um quadro, uma bijuteria. Cerca de 15 mil turistas passam pela Feira de Embu das Artes no domingo. Os expositores, que hoje somam 700, novatos ou veteranos na feira, podem ser descobertos, por um público heterogêneo, a cada fim de semana. “A gente nem tava pensando em fazer compras, mas compramos quadros, algumas antiguidades, brinquedos para as crianças. Adoramos o passeio na feira, na cidade e o trem é uma ideia ótima”, diz Marisa Cândido, que veio com a família.