Gente saindo de dentro da bola sustentada orgulhosamente por um jogador e o negro preso a uma corrente com uma grande bola de ferro na ponta, de Alex Bilo, as moças de Tônia do Embu, o portal da África, de Antônio Gonzaga, a mulher grávida, de Ademir Silva, e Jesus (pequenininho) e Maria (enorme), de Everaldo Barreto, são algumas das obras que convidam para uma viagem pelo “país do futebol”, com influências africanas nas cores, no costume, na religião. A Exposição O Embu, a África e a Bola, inaugurada no dia 19/6 – e que está aberta à visitação diariamente das 9 às 19 horas, no Centro Cultural Mestre Assis de Embu, no Largo 21 de Abril, 29, Centro Histórico –, além de ser realizada num momento oportuno de Copa do Mundo, mostra tradição e qualidade do uso da terracota em Embu das Artes. “Uma exposição de esculturas e de terracota é uma atitude corajosa, já que mesmo em Embu, quando mostras de esculturas começaram a ser feitas, sempre se tinham também pinturas”, diz Tônia de Embu, terracotista e coordenadora dos trabalhos no Museu Mestre Sakai de Embu.
Outro motivo de destaque desta exposição e sua importância para Embu das Artes é que a primeira mostra realizada na cidade nos anos 60 foi feita na frente da igreja, o Museu de Arte Sacra, na praça central, pelo Mestre Gama, um dos mais importantes escultores de trabalhos em madeira de Embu. Junto com ele, o Mestre Sakai, terracotista, e Mestre Assis do Embu, que também se dedicou a escultura de madeira, pedra-sabão e terracota, fizeram outras exposições. Eles foram alguns dos primeiros artistas a se instalarem em Embu das artes.
Da exposição O Embu, a África e a Bola participam os terracotistas: Ademir Silva, Adolfo dos Santos, Alex Bilo, Antônio Gonzaga, Everaldo Barreto, Helaine Malca, Israel Luziano, José Aguiar, Kana Iida, Levi Barros, Maria Rosa, Pedrina Farias, Rafaella Castilho, Rosane Soares, Rouyan Lility, Sônia Sore, Sueli Castilho, Tônia do Embu, Victor Hugo. Nos trabalhos, produzidos nos últimos dois anos, os artistas exploram temas como o candomblé, a baiana, o batuqueiro”, diz Tônia do Embu, terracotista e. O Embu, a África e a Bola se destaca pela qualidade das obras e pela ampla mostra da cultura africana e sua influência no nosso cotidiano.
A Exposição Embu, a África e a Bola é a única que continua no Centro Cultural Mestre Assis de Embu, que acabou de entrar em reforma na sua parte superior com previsão de conclusão em agosto. O Centro Cultural vai ganhar mais espaço para exposições e para o seu acervo. As atividades do auditório do Centro Cultural também não foram interrompidas.