Loucos por Vinil reúne fãs dos Beatles no Centro Histórico da cidade

Sandra Martins
09/04/2019 - 14:30
Loucos por Vinil reúne fãs dos Beatles no Centro Histórico da cidade
Acessibilidade

A 17ª edição do Loucos por Vinil Fair, promovida pela Secretaria de Cultura de Embu das Artes,  reuniu todas as tribos: do hip hop ao samba, da MPB ao rock, jovens, crianças, adultos e idosos curtiram o fim de semana (6 e 7/4) com muita música em meio aos vinis. Diversas bandas se apresentaram com muito rock clássico e nacional para todos os gostos.

O Centro Cultural Mestre Assis foi o palco, mais uma vez, de um dos mais tradicionais eventos de troca e venda de discos de São Paulo. A feira homenageou este ano a banda inglesa The Beatles, por conta dos 50 anos da emblemática e última apresentação dos garotos de Liverpool, o show no rooftop da Apple Corps, estúdio da banda em Londres.  A homenagem contou com uma exposição de fotos, vídeos e gravuras, com curadoria do fã-clube Cavern Club.

“A feira nasceu da vontade de reunir os fãs e colecionadores para perpetuar o vinil e pensando na sua volta. Agora sinto que está mais forte a procura pelos discos, pois há muitas feiras em São Paulo, muitos artistas estão gravando não apenas em CD, mas também utilizando essa plataforma. Existe uma nova geração que está se interessando pelo vinil, noto de um ano para outro que muita gente está querendo adquirir discos”, disse o idealizador da feira e artista plástico, Paulo Dud.

Para o DJ Mimi, eventos como esse fomentam novos fãs do vinil: “Quero continuar discotecando, mas quero ver a molecada tendo prazer em abrir um disco, ouvir e também se interessar para o mercado continuar”, falou.

Nataly Bernardes veio de São Paulo por conta da atração principal da feira, a New Beatles Brasil, juntamente com sua amiga Cláudia Oliveira: “Já conhecíamos a cidade, mas hoje, em especial, viemos por conta da feira e estamos gostando muito”.

“Foi nossa primeira vez em Embu das Artes. Tão pertinho, mas nunca havia dado certo de virmos. Que surpresa legal, além de muita arte, gastronomia da melhor qualidade, de quebra, voltamos no tempo no meio de tantos vinis espetaculares! Assistimos a apresentação de algumas bandas e compramos várias camisetas dos nossos grupos favoritos de rock. Foi um domingo perfeito em família, com certeza voltaremos mais vezes”, disse a moradora de São Paulo, Vanessa D´Angelo, que esteve com o marido e as duas filhas na cidade e aproveitou para conhecer a feira e ouvir boa música.

Felipe Malagutti, o “Paul MacCartney” da banda New Beatles Brasil, recebeu o convite de Paulo Dud e, como bom colecionador de vinil, topou na hora: “Já toquei na feira há 10 anos, quando também aconteceu uma homenagem aos Beatles. E esse ano recebi o convite novamente e vim como o maior prazer fazer o evento”, disse.

Surge o vinil

O disco de vinil surgiu no ano de 1948, tornando obsoletos os antigos discos de goma-laca de 78 rotações por minuto (RPM), que até então eram utilizados, existentes desde 1890. Os discos de vinil são mais leves, maleáveis e resistentes a choques, quedas e manuseio (que deve ser feito sempre pelas bordas).

Mas são melhores, principalmente, pela reprodução de um número maior de músicas – diferentemente dos discos antigos de 78 RPM – (ao invés de uma canção por face do disco), e, finalmente, pela sua excelência na qualidade sonora, além, é lógico, do atrativo de arte nas capas.

A partir do final da década de 1980 e início da década de 1990, a invenção dos compact discs (ou CD, então lançado em agosto de 1982 na Alemanha pela Polygram) prometeu maior capacidade, durabilidade e clareza sonora, sem chiados, fazendo os discos de vinil ficarem obsoletos e desaparecerem quase por completo no fim do Século XX. Em maio de 2002 saem nos EUA os primeiros títulos em vinil além dos CD´s.

Hoje no mundo há 112 fábricas que prensam o vinil, sendo um mercado muito forte nos Estados Unidos, Alemanha e países do Leste Europeu, indicando o ressurgimento desse mercado.

----
Compartilhe nas redes sociais