Mostra “Raízes da Arte Naif” reúne obras do talento instintivo e original brasileiro

30/04/2019 - 17:00
Mostra “Raízes da Arte Naif” reúne obras do talento instintivo e original brasileiro
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A cidade de Embu das Artes realizará a exposição coletiva de nível nacional “Raízes da Arte Naif”, que irá estrear no dia 4/5 e ficará em cartaz até o 26/5 no Centro Cultural Mestre Assis do Embu com obras de mais de 50 artistas embuenses e de outras cidades e estados, reunindo num só lugar talentos de várias localidades para exibir uma diversidade de criações atuais e do passado. A promoção é da Secretara Municipal de Cultura.

Naif vem do latim e significa “nativus” ou “aquilo que é natural”. É a arte da espontaneidade, criatividade autêntica e da produção artística autodidata sem orientação acadêmica, que se baseia na experimentação instintiva e na expansão de um universo pessoal.

Sendo uma das principais referências da arte naif no Brasil, Embu das Artes favoreceu o surgimento de muitos prodígios dessa expressão, por ter se firmado como um reduto para aqueles que não encontravam oportunidades para expor em museus e galerias de arte do circuito renomado. A Feira de Artes, que completou 50 anos esse ano, foi um dos fenômenos que colaborou para o enraizamento da naif na cidade, pois a partir dela muitos expositores despertaram o interesse pela pintura, mesmo não sendo detentores de técnicas avançadas ou conhecimento acadêmico.

Grande expoente desse estilo, Maria Auxiliadora (1935 – 1974) é considerada um dos maiores nomes das artes plásticas brasileira, contemplada com uma bela exposição individual no MASP em 2018. Ela morou em Embu das Artes e integrou a cena local até o início dos anos 70.

O curador da mostra, Paulo Dud, descreve a arte naif como espontânea, assimétrica e sem utilização de técnicas de proporção e perspectiva, muito próxima da arte primitiva, e avalia que o estilo brasileiro é distinto dos demais países. “As pinturas daqui apresentam as vibrantes cores tropicais e retrata o cotidiano, o povo, a cultura nacional, as festas tradicionais e a natureza do nosso País, pois as criações europeias, por exemplo, são muito mais comportadas que as nossas”, explicou Dud. 

A mostra contará com artistas como: Olavo Camps, Silvia Maia, Flávia Amêndola, Raquel Galena, Adolphe, Meire Lopes, Devanni, Mônica Alvarenga, Miren Edurne, Marcia Francisco, Claudia Scaccio, Ana Pinho, Gerson C. Vasconcelos, Miyoko Baccaro, Nelson Capenêe (Embu das Artes); João Generoso, Robson Miguez, Renata Matucevico, João Cândido, Dani Vitorio (São Paulo); Rosangela Politano, Marinilda Boulay, Com Silva, Vânia Cardoso, Índio da Cruz, Vania Alveira, Luiz Valdo (Socorro); Rui Moura, Terezinha Sordi (Ribeirão Preto); Roberval Rodan (Cotia); Marilene Gomes (Barueri); Alex Benedito dos Santos (Jaboticabal); Lu Morgado (São José dos Campos); Willi Carvalho (Belo Horizonte – Minhas Gerais); Henry Vitor (Guaxupé – Mina Gerais); Arivânio Alves, Rui Relbquy (Quixelô – Ceará); Hebe Sol (Manaus – Amazonas); Shila Joaquim (São Mateus – Espírito Santo); Helena Coelho (Rio de Janeiro – Rio de Janeiro); Max Ramires (Maceió – Alagoas); Tito Lobo (João Pessoa – Paraíba); Adão Dominiciano (Cuiabá – Mato Grosso); Waldomiro de Deus, Lourdes de Deus, Amon de Deus, Helena Vasconcelos (Goiânia – Goiás). In memoriam: Raquel Trindade, Cássio M´Boy, Luzia Caetano (Embu das Artes); Maria Auxiliadora (São Paulo).

O Brasil tem se destacado atualmente como um país que produz excelente arte naif junto com França, Itália, Haiti e algumas nações do Leste Europeu. Essa expressão surgiu por aqui a partir do ano de 1937 com pintores como Heitor dos Prazeres, Cardosinho e Chico da Silva. Na França, Henri Rousseau (1844 – 1910) é considerado o primeiro dos naifs modernos.

A originalidade da naif brasileira desperta o interesse de compra pelo público internacional, o que torna as obras bastante procuradas por estrangeiros. Embora seja uma expressão que se molda pela limitação de técnicas e não se baseia em escolas convencionais, ela é muito difícil de ser produzida por quem tem um domínio pictórico de traços como o acadêmico, o contemporâneo, o expressionista etc., pois a liberdade, a pureza e o sentimento pessoal favorecem a criação peculiar de uma obra naif por um artista que aprendeu a pintar de forma empírica.

Raízes da Arte Naif
Abertura: 4/5, 16h
Em cartaz: de 4 a 26/5, das 8h às 17h
Onde: Centro Cultural Mestre Assis do Embu (Largo 21 de Abril, 29, Centro, Embu das Artes)
Telefone: (11) 4781-4462

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