Para os moradores da avenida São Paulo, no Centro, o pior já passou e o melhor só virá com a inauguração da nova avenida, que está quase pronta e tem previsão de entrega à população na segunda quinzena de agosto. A obra inclui pavimentação, alargamento da rua e calçadas de bloquetes fabricados pela prefeitura, iluminação e deque. Faz parte e é a primeira etapa em construção do Parque Linear Municipal, um projeto de interligação de outras áreas da cidade aos parques do Lago Francisco Rizzo e da Várzea do Embu-Mirim, onde estão sendo instalados o campus da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e área de lazer.
A avenida São Paulo será o primeiro bulevar da cidade. Terá área de lazer bucólica, equipada com pontes para transitar de um lado a outro do rio, banquinhos e paisagismo. Os moradores aguardam ansiosos o fim das obras. A artista plástica e folclorista Raquel Trindade mora na avenida há 30 anos, mas desde 1961 frequenta o lugar. “Íamos até a fonte Nossa Senhora do Rosário buscar água. Não existia a água mineral engarrafada. Meu filho Vitor (54 anos) brincava na fonte e tomava banho na cachoeira”, conta.
O rio sem nome, que corre no meio da rua em frente à casa e que os moradores da região chamam de “Córrego da Avenida São Paulo”, faz parte da mesobacia do Ribeirão Ressaca. Foi desassoreado, afundado para ter mais vazão e ganhou beleza com as pedrinhas que foram colocadas no leito no início da obra. Também perdeu poluição e o cheiro desagradável, pois não recebe mais os resíduos de esgoto, depois que a prefeitura solicitou e contou com os serviços da Sabesp.
Não sujem o rio
Agora, o rio começa a ficar sujo de novo. “Estava tão limpinho, tão lindo, mas já está ficando sujo com o lixo que vem da cabeceira. O pessoal tinha que colaborar e não sujar o rio. É uma pena”, afirma Raquel, que é diretora do Teatro Popular Solano Trindade, na mesma rua, e conduz o Grupo de Teatro Solano Trindade, que é um dos Pontos de Cultura da cidade e completa 36 anos no dia 12 de setembro.
No número 134 da avenida, a esteticista Carolina Zanette Diniz se sente mais aliviada e declara: “O pior já passou. Agora é só aguardar o fim da obra”. Depois de sair do Shopping Embu Plaza e se instalar na avenida no dia do início da obra, 16/11/2010, ela teve de lidar com os atropelos provocados pelos necessários desvio de veículos e a inevitável poeira, mas diz que está feliz no novo endereço, depois de saber que a rua será um bulevar.
Luiz Carlos Baroneto, dono da loja de material de construção da avenida, ao ser perguntado como vê a obra reclama do tempo, da poeira, do trânsito que ficou interditado. Embora com mais de 20 anos no ramo da construção e há 12 com loja na avenida, mostra-se impaciente. Depois se acalma, sorri e até elogia o prefeito Prefeito.
Enquanto os adultos demonstram ansiedade pelo término da obra, as crianças da Escola Municipal Jardim Marajoara brincam despreocupadas e com ingênua sabedoria. Ainda não sabem o quanto serão beneficiadas pela área de lazer iluminada que vai mudar a cara do bairro.