Foi aberta na segunda-feira (1/10), em cerimônia realizada no Centro Cultural Valdelice Prass, a Semana Municipal do Idoso, que ocorre até dia 5/10 com diversas atividades em equipamentos públicos da Prefeitura de Embu das Artes, para abordar a importância de envelhecer de forma saudável e ativa.
A programação da semana está repleta. Haverá apresentações artísticas, palestras, oficinas, rodas de conversa, atividades físicas e esportivas, dia da beleza, bingo solidário e o tradicional baile. Sob coordenação da Secretária de Esportes e Lazer, estão envolvidas as Secretarias de Desenvolvimento Social, Cultura, Saúde, Educação e Turismo e o Fundo Social de Solidariedade de Embu das Artes, em parceria com o Conselho Municipal dos Direitos do Idoso (CMDI).
Veja aqui a programação completa.
A solenidade começou com a apresentação do Coral da 3ª Idade cantando, sob a coordenação do maestro Absael, conhecidas canções populares (A Praça; Eu Quero Apenas e Estrada da Vida), trazendo a reflexão sobre os sentimentos, as amizades e o ciclo da vida. Em seguida, foi a vez do grupo de dança se mexer ao som de Shakira, coreografado pela professora Rose.
Secretário municipal de Esportes e Lazer, Anderson Nóbrega afirmou a intenção de priorizar a melhor idade em sua gestão: “Quero disponibilizar no orçamento do próximo ano mais recursos para que possamos dar mais condições às atividades de vocês e disponibilizar ainda mais a estrutura da Prefeitura para a comodidade de todos”, declarou.
O diretor do Centro de Convivência do Idoso (CCI) e vice-presidente do CMDI, Everson Santos, lembrou do início da sua carreira como professor de educação física, quando teve uma boa experiência como idosos, e citou o presente, depois que aceitou a missão de coordenar o CCI: “Já foram muitas conquistas até agora, participamos de vários torneios neste ano (JATISTA, JIATIBA, JOMI, JORI e Rafa), conseguimos uniformes e iremos fazer ainda mais para fortalecer a atividade do idoso na cidade”.
O presidente do CMDI, Luís Junqueira, reiterou a função do órgão, de proteger e promover a qualidade do idoso. “Estamos à disposição de vocês e atentos às demandas e questões, em conjunto com a Vigilância Sanitária e a Promotoria de Justiça do Idoso, pois precisamos refletir sobre o envelhecimento com qualidade”, disse.
Também integraram a mesa diretora: Mauricio Cafu (diretor de Esportes); Milton Ueno (coordenador do CCI), Selma Bezerra (conselheira do CMDI) e Cleo Assunção (coordenadora do Centro de Referência do Idoso – CRI).
O sucesso de envelhecer bem
Durante a palestra “Um Envelhecimento Bem Sucedido”, ministrada pelo professor Luiz Joaquim dos Santos Neto, o Juca, que possui 18 anos de experiência com idosos, foram apresentados vários temas relevantes para a vida na terceira idade.
A abordagem do encontro foi de que a construção do envelhecimento é o primeiro aspecto que deve ser levado em consideração na vida, pois quem envelhece mal corre o risco de ser um idoso infeliz e cheio de doenças. “Por isso”, enfatiza Juca, “negar a velhice é um dos piores comportamentos que a pessoa pode ter nessa faixa etária”.
Na sua apresentação, Juca mostrou um dado interessante. No ano de 2000 a população idosa correspondia a 5% do total de habitantes do Brasil. Em 2020 esse índice alcançará 12% do total, chegando a 25 milhões de idosos no País. O aumento populacional desse grupo vai exigir ações governamentais para favorecer essas pessoas que irão consumir mais, utilizar mais os serviços públicos, como da saúde, e demandar atividades socioculturais.
Em seguida, Juca destacou os aspectos físicos que o idoso precisa valorizar para ter uma vida boa, como fazer uma alimentação saudável, ir periodicamente ao médico e praticar exercícios regularmente. No âmbito social, ele ressaltou ser fundamental ter um bom convívio familiar, cultivar amizades, ter lazer e manter uma atividade sexual segura e equilibrada. No psíquico, lembrou que é preciso tomar cuidado para não perder o sentido de viver.
Dados relevantes sobre idosos: Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) – aumento de 103% em 10 anos. Fatores de risco que causam doenças e sequelas – doenças crônicas (diabetes, hipertensão etc.), ambientes contaminados (água e esgoto sem tratamento), predisposição genética, estilo de vida desregrado (álcool, fumo, açúcar, sal, sedentarismo etc.). Exercícios físicos – proporcionam bem-estar físico e mental, faz os órgãos internos funcionarem melhor e evita doenças.
Muita lenha pra queimar
Eles estão na ativa, jogam vôlei, basquete, dança, bocha e fazem muitas atividades para preencher seus dias. Além disso, as diversas vivências e a bagagem de vida são diferenciais para quem está nessa faixa etária e ainda tem fôlego para absorver mais conhecimento.
É o caso de Jurassi Pinheiro Iesi, 75 anos, que achou ótima as explicações da palestra, no formato “passo a passo”. O que lhe chamou a atenção foi o dado que aponta aumento do número de idosos que estão contraindo AIDS, que acende um alerta para a saúde pública da necessidade de prevenção nessa idade. “Temos mais experiência de vida para passar conselhos e ideias aos jovens e estamos ainda muito dispostos para viver bem”, contou ela.
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“Fiquei satisfeito com todas as informações da palestra, foram bastante esclarecedoras”, falou Ramiro dos Santos Rodrigues, 77 anos, que se orgulha de ter chegado nessa idade com saúde. “Acho que vale à pena investir na qualidade de vida na terceira idade, é compensador”, concluiu.