Vista azul no dia 2 de abril e participe desta manifestação

27/03/2014 - 0:00
Vista azul no dia 2 de abril e participe desta manifestação
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No Dia Mundial de Conscientização do Autismo, 2 de abril, criado pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 2008, grandes cidades do Brasil e exterior terão prédios,  monumentos, praças iluminados na cor azul. Embu das Artes também participa com bexigas azuis na porta do Centro de Convivência da Pessoa com Deficiência (CCPD) e no Armando Vidigal. O governo municipal convida todos os moradores da cidade a vestirem-se de azul nesse dia, ou usarem uma peça de roupa, uma fita, qualquer detalhe na cor.  

O Movimento Onda Azul (Light It Up Blue) foi criado para chamar a atenção da sociedade para o Transtorno do Espectro Autista ou autismo e discutir as necessidades e direitos dos autistas. A soma dos casos de Aids, câncer e diabetes infantil é inferior aos dessa síndrome, que nos Estados Unidos aponta um caso para cada 50 crianças; no mundo, mais de 70 milhões de pessoas. Mais da metade dos 2 milhões no Brasil ainda não têm diagnóstico.

“Em Embu das Artes, com uma população estimada de 48.886 crianças entre 0 e 11 anos de idade e partindo de uma estatística de um caso para cada 100 crianças, podemos pensar em um número aproximado de 489 crianças autistas, com diversos graus de comprometimento”, informa a pediatra Rita de Cássia Kisukuri, do grupo técnico Intersetorial da Pessoa com Deficiência, ligado à Secretaria Municipal de Assistência Social, Trabalho e Qualificação Profissional, e assessora da Saúde da Criança, da Secretaria Municipal de Saúde.

A escolha da cor azul tem explicação: a síndrome é mais comum nos meninos, na proporção de quatro meninos para cada menina. A pediatra Rita de Cássia Kisukuri dá outras importantes informações sobre o autismo e muitas razões para você vestir azul no dia 2 de abril. Veja:

O QUE É O AUTISMO?

Rita Kisukuri: é um transtorno do desenvolvimento que se manifesta na infância e afeta três áreas importantes:

A comunicação: a criança não fala, tem dificuldades para realizar um diálogo ou não fala de forma funcional – ela repete o que os outros falam (ecolalia), por exemplo.

A interação: a criança apresenta pouco contato visual e parece não ter interesse em interagir com outras crianças ou pessoas.

O comportamento: a criança tem interesses muito restritos e pode apresentar comportamentos repetitivos.

QUAIS AS CAUSAS?

RK: Nos últimos cinco anos, cientistas identificaram vários genes e mutações genéticas associadas ao autismo. Acredita-se que a maioria dos casos de autismo ocorre por uma combinação de predisposição genética com fatores ambientais que ocorrem durante o desenvolvimento do cérebro do bebê. Alguns fatores ambientais já identificados, que aumentam levemente o risco da criança desenvolver autismo (juntamente com a predisposição genética) são a idade avançada dos pais, prematuridade e baixo peso ao nascer e infecções maternas durante a gestação.

A SÍNDROME TEM CURA?

RK: Ainda não, mas tem tratamento! E quanto antes vier o diagnóstico e a intervenção, melhor! Em geral, ela inclui terapia comportamental, terapia ocupacional, terapia fonoaudiológica e atividade física. Fazendo um tratamento adequado, a criança melhora muito ao longo dos anos, podendo, inclusive ter uma vida independente.

A suspeita ou o diagnóstico deve ser realizado o mais cedo possível, para que a criança tenha chance de viver uma vida plena e se tornar independente no futuro.

AUTISTAS SÃO TODOS IGUAIS?

RK: Não. Há vários tipos de autismo. Mas autismo é um espectro que vai desde casos muito leves (como aquela criança que só parece meio “excêntrica” e antissocial) até casos graves, com pessoas que vão precisar de auxílio durante toda a vida. Mas é importante saber que, assim como não há uma pessoa igual à outra, não há um autista igual ao outro. Cada um tem suas características, potencialidades e suas áreas a desenvolver.

E OS SINAIS DE ALERTA?

RK: Caso a criança apresente qualquer um dos sinais abaixo, deve ser levada a um pediatra e/ou neuropediatra especializado em transtornos do desenvolvimento:

• Não se aninha no colo da mãe ou cuidador;
• Não apresenta sorrisos ou expressões de felicidade a partir dos 6 meses;
• Não compartilha ou reage a sons, sorrisos ou outras expressões faciais a partir dos 9 meses;
• Não balbucia palavras aos 12 meses;
• Não compartilha gestos como apontar, mostrar, tentar alcançar algo ou “dar tchau” aos 12 meses;
• Não pronuncia nenhuma palavra aos 16 meses;
• Não fala nenhuma frase de duas palavras com sentido (excluindo repetição ou imitação) aos 24 meses;
• Qualquer perda de fala, balbucio ou habilidades sociais (como “dar tchau” e bater palminhas) em qualquer idade.
• Crianças autistas também têm dificuldades com o brincar: apegam-se a objetos estranhos (como garrafinhas pet ou caixas de fósforo) e não fazem o uso funcional do brinquedo. Um exemplo clássico é o do carrinho: uma criança típica passa o carrinho pelas superfícies e faz sons. Uma criança autista pode enfileirar os carrinhos, dividi-los por cor ou fixar-se apenas em uma parte deles (como as rodinhas, por exemplo).

PLANO MUNICIPAL E SERVIÇOS

O Plano Municipal da Pessoa com Deficiência, anunciado no ano passado pelo prefeito Prefeito, já foi concluído, passa por avaliação e deverá ser conhecido antes do prazo estimado, 26 de maio. Traz benefícios para os autistas. O grupo técnico Intersetorial da Pessoa com Deficiência de Embu das Artes, com membros das secretarias municipais de Assistência Social, Trabalho e Qualificação Profissional, Saúde, Educação, Cultura, Esportes e Lazer, parte para outra tarefa. Trabalhará com representantes de Taboão da Serra, Itapecerica da Serra, São Lourenço, Juquitiba, Vargem Grande Paulista, Cotia, Embu Guaçu e Embu das Artes, para elaboração do Plano Regional da Pessoa com Deficiência dos municípios em área de manancial. Esses municípios integram o Consórcio Intermunicipal da Região Sudoeste de São Paulo (Conisud), presidido por Prefeito, que defende projetos regionais em diversos setores.

Embu das Artes oferece o serviço de estimulação para os autistas no CED  Armando Vidigal (rua Augusto de Almeida Batista, 354, Jd. São Marcos, tel. 4149-6203), no Centro de Convivência da Pessoa com Deficiência (al. Fernando Batista Medina, 392,tel. 4704-7448), na Associação de Atendimento aos Autistas – Três  AAA (rua Xavantes, 260, Pq. Pirajuçara, tel. 4149-9804), em parceira com o governo, e pelo Projeto Desenvolver na UBS Independência (estrada de Constantinopla, 1200, tel. 4244-8697) e no Conviver – Parque Rizzo (rua Alberto Giosa, 320), uma ação de inclusão social. 

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