Mais de mil pessoas participaram do 1º HQ Comics Expo Embu das Artes, dias 29 e 30/1, no Centro Cultural Mestre Assis de Embu. No domingo, 30, Dia do Quadrinho Nacional, além da programação prevista foi feita a reapresentação do filme A Viagem de Chiriro, de Hayao Miyazaki, semelhante aos seriados anime japoneses, para atender uma plateia de adultos e crianças. Durante o HQ, ocorreram várias atividades coordenadas pela Escola Impacto (oficinas de mangá e preparação de portfólio, workshop História em Quadrinhos) e pelo Instituto Cultural Multiparticipação (Jump) (oficinas de mangá, cospley, animekê). A Biblioteca Moacir Faria Jordão realizou roda de leitura, exibiu filmes educativos e contou histórias para as crianças, que também participaram de oficina de pinturas e desenhos sobre Maurício de Souza, o homenageado do HQ deste ano, e exibiu filmes educativos.
Nas bancas montadas no Centro Cultural foram expostas e comercializadas, por colecionadores, vendedores, desenhistas, produtores de livros e revistas e fanzineiros, inúmeros títulos do mundo dos quadrinhos, ainda pouco difundido entre o público brasileiro como um gênero que transmite informação e cultura. Uma das explicações para isso, segundo Kiyoshi Sakamoto, do Instituto Jump, é o preço.
No Brasil, desenhistas costumam reclamar que as editoras não se interessam pelo gênero, enquanto editoras alegam não ter leitor para assumir investimento. Tudo, no entanto, parece mesmo uma questão de preço: na banca do Instituto Jump do HQ uma publicação de 490 páginas custava R$ 4,80, enquanto no Brasil uma revista de 40 páginas do Pato Donald custa R$ 5 e o mangá, R$ 10 nas bancas.
O público para o gênero certamente existe. Na Oficina de Cosplay faltou lugar para interessados e os que participaram, pré-adolescentes e adolescentes, se mantiveram atentos aos ensinamentos de Gabriel Niemietz Braz, autor de um robô de três metros de altura premiado em campeonato mundial no Japão, e um Hulk de 2,40 m. Ele é conhecido por seu trabalho de transformar personagens de quadrinhos em bonecos móveis de espuma, EVA e papel cartão, que nesse mercado custam até R$ 20 mil. “Já fiz esse curso, mas toda vez que tem faço de novo. É muito difícil”, diz Edu Falzini, 13, “consumidor ilimitado” de histórias em quadrinhos.
Os olhos curiosos de Diego, 7 anos, passeavam por todos os cantos onde havia HQs. Atento, ele se detinha em alguma estante e as mãos folheavam cuidadosamente as publicações. “Eu gostei de tudo. Tanto que a gente acabou de comprar um gibi”, contou animado.
“O maior interessado em quadrinhos é ele”, disse a mãe do menino, Regina Ramires, que também gostou do evento. “Muito bacana. A gente vê que gibi não é só coisa de criança. É ótimo trabalhar com outras linguagens”, disse a geógrafa e professora universitária que reside na vizinha Cotia e está frequentemente em Embu das Artes.
O 1º HQ Comics de Embu foi organizado pela Prefeitura por meio da Secretaria de Cultura. No sábado (29), o secretário Paulo Oliveira destacou a importância da parceria com as entidades culturais para a realização do evento que pode ter sido a primeira de outras edições dedicadas aos aficcionados por quadrinhos e afins.
O Instituto Jump é um dos Pontos de Cultura de Embu, um projeto do governo Prefeito com o governo federal para desenvolver a cultura no município. Os grupos assinaram convênio na Prefeitura em 2010 que prevê a realização de atividades culturais gratuitas para a população durante todo o ano.
Neste mês, o Jump realiza Curso de Taikô para estudantes da rede pública, com idade mínima de 8 anos, em dois endereços: na Travessa Fermino Pires da Silva, 164, Jardim Mascarenhas, a partir do dia 14/2, segunda-feira, às 15h, e na Avenida São Paulo, 100 (Teatro Popular Solano Trindade), a partir do dia 15/2, terça-feira, 15h. São 30 vagas. Informe-se pelo telefone 4704-4636. E-mail institutojump@uol.com.br.
Colaborou: Maria Regina Teixeira
