A segunda edição do Fórum Intersetorial Sobre Drogas e Direitos Humanos (FIDDH) de Embu das Artes será realizada no dia 24, das 13h30 às 15h30, no Centro de Atenção Psicossocial de Álcool e Outras Drogas II (CAPs – AD), localizado na rua Siqueira Campos, 22, Centro Histórico. O encontro deste mês tem como tema central a apresentação dos equipamentos e os serviços prestados pela prefeitura, iniciando pelo CAPS AD.
O Fórum Intersetorial sobre Drogas e Direitos Humanos é um espaço de articulação, discussão e convergência. Abrange organizações, associações, instituições do poder público e privado, terceiro setor, usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) e quaisquer outras pessoas que atendam, acolham, acompanhem, executem projetos e programas para usuários de drogas e para seus familiares.
No encontro, profissionais do setor e o público interessado debatem sobre o uso de drogas na perspectiva dos direitos humanos. Também tem a proposta de fortalecer o trabalho em rede no atendimento a essa população-alvo e quem dele necessitar. Atua em redes intersetoriais, fortalecendo o diálogo entre os públicos-alvo das instituições e grupos participantes, serviços e a população em geral, segundo a equipe de articulação do fórum.
PRIMEIRO ENCONTRO
No primeiro encontro, em 20/3, Carolina dos Santos Cruz Pacheco, supervisora de campo do consultório de rua do CAPs e que faz parte da articulação do fórum, falou da questão das drogas e sugeriu outros temas para discussão, como a “conscientização” e “medicalização”. Para ela e outros participantes, o fórum oferece oportunidade de capacitação contínua, educação permanente, orientação de todos os envolvidos direta ou indiretamente em um espaço democrático para o debate e também de formação.
“O trabalhador tem sido pouco protagonista e valorizar a horizontalidade é proposta do fórum.” Isso envolve, por parte de quem atua no setor, conhecer os serviços, ter olhar ampliado para a questão da droga, estar atento aos direitos humanos e submeter-se à educação permanente. O beneficiado Manuel Ferreira, que passa por recuperação desde 2011, participou do primeiro fórum e reconheceu, na ocasião, a importância desse trabalho para a redução de danos da dependência química.
O 1º Fórum deu prioridade à “formação e trocas permanentes tanto dos profissionais quanto dos usuários”. A iniciativa desse evento surgiu em São Paulo, com a proposta de fortalecer a rede de atendimento. Pensar as questões locais, seus pontos frágeis e buscar soluções mais efetivas são a principal proposta. Mas, até a instalação do fórum em Embu das Artes, foram considerados os relatos dos envolvidos, chegando a seguintes proposições e deliberações:
– O que falta para a efetividade do trabalho com as famílias?
– Por que não ocorre adesão ao tratamento? O que é adesão?
– A necessidade do respeito ao anonimato (como fazer isso na rede?);
– Alguns usuários não se identificam com os demais usuários;
– Importância de encontrar e respeitar a singularidade da pessoa atendida, na busca por respostas;
– Ajudar as famílias a entenderem a própria demanda;
– Ajudar as famílias a reconhecerem ganhos, vitórias e conquistas;
– A questão da “urgência”, presente nos usuários, está em todos nós, enquanto condição humana;
– Necessidade de ouvir (“Às vezes o que eu tenho não é o que ele quer, e o que ele quer eu não tenho.”).
No mês de maio, como combinado, o fórum volta a ser promovido toda terceira quinta-feira do mês. O local do próximo encontro pode mudar, já que a proposta é que em Embu das Artes o fórum se torne itinerante. No primeiro encontro também foi proposto tema para o próximo fórum: família do dependente químico. E dele participaram profissionais do CAPs, Centro POP (População em Situação de Rua), CREAS, Núcleo de Violência, Centro da Juventude, Secretarias municipais de Saúde, Esporte, Assistência Social, Trabalho e Qualificação Profissional, Conviver, equipe de Redução de Danos e dependentes químicos.