O Dia da Mulher, 8/3, foi festejado em Embu das Artes com a abertura da Exposição Artistas Mulheres nas Artes, a atração cultural do calendário de atividades do Mês da Mulher, o qual tem programas de saúde e segurança, incluindo campanha contra violência doméstica. Na ocasião, a convidada Francisca Carolina do Val, aquarelista, conselheira do Sindicato Nacional dos Artistas Plásticos – São Paulo (Sinap-Esp), fez um rápido painel sobre as condições da maioria dos artistas brasileiros e da luta pelo reconhecimento da profissão.
“Existem países, como a Alemanha, que têm uma associação de artistas muito forte em que são reconhecidos como profissionais e com direito a aposentadoria, serviço médico, formação. No Brasil, a gente não conseguiu ainda cadastrar o artista como profissional. Aqui a arte é classificada como atividade, não profissão. Os artesãos foram reconhecidos e o sindicato tem tentado trabalhar na mesma linha para obter a profissionalização do artista”.
Mapeamento Artesanal
O projeto de lei 7.755/2010, do Senado, que trata da regulamentação da profissão de 8,5 milhões de artesãos, que movimentam R$ 50 bilhões anualmente no País, foi aprovado em setembro/2013, pela Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados e seguiu para apreciação das comissões de Trabalho e de Administração e Serviço Público, em Brasília. Dados do Sebrae indicam que somente na Copa do Mudo deste ano o segmento deverá gerar faturamento de $ 180 bilhões no País.
O Governo de Embu das Artes reconhece a importância do segmento. Por meio da Secretaria de Turismo, realiza o primeiro Mapeamento Artesanal, projeto inédito na cidade, que servirá de base para a adoção de políticas públicas e ações para a melhora da qualidade de vida dos artesãos no município. O estudo está em fase final.
Papel de mãe
Neste contexto, a função da mulher é indispensável na visão da artesã Lindáurea: “Artesão é visto como alguém que faz a sua arte porque não tem outra possibilidade de trabalhar. Eu acho que a mulher tem que ter mais participação. Ninguém educa filho para ser artista. O artista é marginalizado por nós mesmas. Educamos para que escolham outras profissões. Temos de preparar um público para a arte”.
Cerca de 30 artistas e artesãs de todas as idades participam da mostra, com curadoria de Paulo Dud. A mais jovem das expositoras, elogiada pelos participantes na abertura, é Débora Nunes, de apenas 9 anos, aluna da artista veterana Raquel Gallena. A exposição vai até o dia 31/3 e pode ser visitada diariamente, das 8h30 às 16h30, no Centro Cultural Mestre Assis do Embu (largo 21 de Abril, 29, Centro Histórico). Entrada gratuita.