Em Embu das Artes, o índice de Dentes Cariados, Perdidos e Obturados (CPO-D) em crianças de 12 anos é de 0,75. No País esse índice chegou a 2,1, em 2010, o que indica que a cidade embuense está à frente nesse segmento. E tem mais: em 2013, o município obteve índice de 65,8 % na média de crianças livres de cáries aos 12 anos, enquanto o índice nacional foi de 44%.
Medidas adotadas, como as quatro visitas ao ano a todas as escolas municipais e creches, com ação educativa, escovação supervisionada, aplicação de flúor, além da triagem das crianças para avaliação daquelas que necessitam do atendimento da equipe de Saúde Bucal, têm colaborado para a redução dos índices de doenças bucais. Hoje, é possível que adultos se tratem no SUS, até mesmo para atendimentos especializados, como o de canal, as cirurgias buco-maxilo e a colocação de prótese dentária. “Embu das Artes tem hoje referência para atendimento odontológico em todas as nossas Unidades Básicas de Saúde”, diz Olga Pires, estudo de saúde bucal no município.
Para obter os serviços especializados de odontologia, o munícipe tem que ter o encaminhamento da sua Unidade Básica de Saúde de Referência. Em 2013, foram entregues 1.135 próteses dentárias. No mesmo ano, foram realizadas 2.397 consultas odontológicas de crianças até 12 anos e outras 8.050 de pessoas com 13 anos ou mais.
Ainda de acordo com a coordenadora Olga, no Brasil foram realizados até hoje quatro grandes estudos das condições de saúde bucal da população. O último, concluído em 2011(SP Brasil 2010), levantou dados primários das condições: cárie dentária, condição periodontal (problemas da gengiva), traumatismo dentário, oclusão dentária, fluorose dentária (excesso de flúor), edentulismo (uso e necessidade de prótese), condição socioeconômica, utilização de serviços odontológicos e autopercepção de saúde bucal.
O QUE DIZ QUEM JÁ FEZ TRATAMENTO
“Mãe, deixa eu ver se é você mesma. Ficou tão linda!”, “Tia, como você está mais bonita!”. Esses são alguns elogios recebidos por Ana Maria Azevedo, moradora da região do Jardim Dom José, que fez tratamento dentário na Unidade Básica de Saúde (UBS) do bairro, onde foi implantado em 2009, colocando prótese total, superior e inferior.
“Mudou minha vida. Levantou minha autoestima e melhorou minha alimentação. A minha amiga até me disse: ‘parece tratamento de rico e ficou melhor do que o meu, que paguei pra fazer’. E ficou melhor sim, mais natural. Estou feliz, foi um presente que recebi e jamais vou esquecer”, declara Ana Maria, que soube da implantação do serviço odontológico em uma reunião do Orçamento Participativo. “Quando o prefeito Prefeito falou que ia ter tratamento de dente eu corri atrás, fiz inscrição na UBS, me chamaram um mês depois e em menos de dois eu já tava com dente.”
Há outros exemplos de pessoas que procuraram o serviço. No caso de Sérgio Batista, designer gráfico, até mudou a sua concepção sobre o serviço público de saúde. “Foi excelente. Eles foram rápidos, eficazes, atenderam no horário e até passei por atendimento de emergência quando fui atendido porque não conseguia dormir com tanta dor de dente. Uma hora depois não tinha mais dor. Um mês depois me ligaram para tratamento com a dra. Emília. Fiz o tratamento de canal nos dias 5 e 26 de março. Dia 8 de abril fiz a restauração do dente com o dr. Eduardo”, conta Sérgio, que depois disso, admite, passou a acreditar no serviço público de saúde.
Na mesma UBS do Jardim Independência, Francisco Carlos da Silva, outro morador do bairro, também foi atendido: “Nota 10, não dou 11 porque não tem. Botei chapa com uma dentista muito boa. E foi ligeirinho”. José Anastácio, do Dom José, finalizou o tratamento recentemente. Conta que levou 15 dias para se adaptar à prótese e não se arrepende de ter insistido. “É que a gente fica tanto tempo sem dente que precisa de um tempo para se adaptar e até sorrir”.