Formação melhora atendimento de agentes de saúde

03/07/2014 - 0:00
Formação melhora atendimento de agentes de saúde
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Cerca de 140 agentes comunitários de saúde (ACS) acabam de concluir treinamento em Saúde Mental com ênfase no álcool, no crack e nas outras drogas, feito entre os meses de abril e junho. Faz parte do Projeto Caminhos do Cuidado, lançado em novembro de 2013 pelo Ministério da Saúde, dirigido à formação de agentes comunitários, auxiliares e técnicos de saúde.

Com essa formação, profissionais da atenção básica trabalham com saúde mental a partir de estratégias definidas e com mais resultados. De acordo com a coordenação do curso na cidade, reforçando as ações previstas na Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) e no Plano Crack, É Possível Vencer, qualifica as ações dos profissionais da atenção básica para o cuidado de pessoas com sofrimento psíquico e aquelas com necessidades decorrentes do uso abusivo de drogas.

A saúde mental e a dependência química são um desafio para usuários, familiares e sociedade. Daí a importância dos novos agentes no enfrentamento desses problemas pelo Governo de Embu das Artes. Para a tutora do projeto no Independência, Jeane Soares Vieira, “de maneira geral, todas as unidades participaram, envolveram-se com o tema, deram sugestões, mostraram-se disponíveis para ver e rever conceitos. Enfim foi muito interessante todo o processo”.

Mais qualidade

Na Unidade Básica de Saúde (UBS) Santa Tereza, a agente comunitária de saúde Poliana Cristina da Silva Santos foi muito participante, assim como todo o grupo, na realização das atividades de dispersão, reflexões e questionamentos. Ela diz: “O curso me deu uma visão diferenciada para tratamento do paciente, como aprender a escutar, abordar, identificar, que caminho tomar quando esgotei todas as possibilidades de atendimento de minha responsabilidade, como formar uma rede com outros para atender melhor e que caminho tomar quando somos solicitados”.  

Na UBS Dom José, onde o treinamento foi coordenado pelas tutoras Flávia Carotta e Kátia Paiva, a agente comunitária Chrisleide Matos dos Santos mudou a sua visão com relação ao seu trabalho e pacientes. “Já comecei a usar o que aprendi. Antes só pensava em diabetes e hipertensão como importantes. Aprendi a buscar a redução de danos, compreendendo o problema de cada. Se visito um alcoólatra, em vez de mandá-lo deixar o vício, pergunto se tomou água, se comeu, se quer ir até o parque. E isso tem dado resultado. Às vezes visitava uma casa, cuidava, mas não dava a atenção completamente correta, como fazer amizade com essas pessoas. Antes, quando vi uma mãe dando dinheiro para o filho comprar maconha, para que ele não roubasse, segundo ela, achei um absurdo. Me perguntava: como ela pode dar dinheiro para a droga? Hoje, sei que temos de trabalhar a redução de danos, entendendo tudo isso e buscando ajudar”.

 

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