Embu debate sexualidade nas escolas

24/10/2006 - 0:00
Embu debate sexualidade nas escolas
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O Projeto ECOS- Educação Contínua e Orientação Sexual deu mais um importante passo na construção e integração de valores como diálogo, amizade, companheirismo e respeito, entre outros, que farão as pessoas viverem a sexualidade através da descoberta do corpo, dos sentimentos e das emoções. No dia 20/10, todas as escolas municipais participaram do 1º Encontro Municipal Solidariedade e Vida: Educando com Saúde, mais uma ação da Prefeitura da Estância Turística de Embu que contou com a participação de educadores e profissionais da Saúde.

 

Implantado em todas as escolas municipais de Embu, desde 2001, o projeto ECOS possibilita as discussões sobre sexo, sexualidade e reprodução humana aos alunos do Ensino Infantil, Ensino Fundamental, Educação de Jovens e Adultos (EJA) e Movimento de Alfabetização de Adultos (MOVA). Já atendeu 85 mil alunos, mais de 2 mil educadores foram formados, além de ser aberto à participação da comunidade. Um trabalho essencial visto que, segundo o IBGE 2004, 15% da população do município é formada por adolescentes de 12 a 18 anos de idade (34.404).

Visto por muitos como um "bicho de sete cabeças", assuntos ligados à sexualidade são tratados de forma simples, objetiva e, principalmente, adequada para cada faixa etária. Para garantir a continuidade do trabalho e estabelecer uma relação saudável na escola e no lar, os pais também são contemplados através de palestras e de uma cartilha informativa.

Na Escola Municipal Josefina Azteca, a data foi vivida com intensidade: palestras, oficinas sobre identidade pessoal com alunos e pais, onde foram debatidos temas como gravidez na adolescência, família como referência, entre outros. Os alunos apresentaram a peça teatral "A travessia" e fecharam o espetáculo cantando a música Amor e Sexo, de Rita Lee. "Gostei muito, foi um debate sadio, ajuda na educação dos filhos da gente. As professoras sabiam do que estavam falando, é preciso Ter cuidado, porque essa pode ser uma informação venenosa para nossos filhos", disse Maria Tereza Brandão de Castro, 41 anos, três filhos na escola Josefina Azteca. Na E.M. Primavera, o tema principal foi a auto-estima dramatizada e discutida entre pais, educadores e profissionais da saúde.

O ECOS busca, principalmente, desenvolver ações de promoção à saúde, contribuindo para a redução dos índices de gravidez não planejada, de doenças sexualmente transmissíveis, levando informação e conhecimento por meio de um processo de sensibilização para as questões relacionadas ao tema, e discutindo e planejando estratégias para redução da violência. Todo o trabalho é desenvolvido por meio de atividades ocupacionais lúdicas, como oficinas de trabalho, promoção da auto-estima, cidadania, entre outras.

HIV/AIDS no Brasil

Em 25 anos de epidemia HIV/AIDS no Brasil, a propagação da doença está estabilizada entre os homens mas crescendo entre as mulheres. Os especialistas avaliam que já existe muita informação e conhecimento sobre a doença e que o controle da epidemia passa pela organização social e econômica do país, onde a pobreza é excludente, principalmente para mulheres, negros, índios, quilombolas e outras etnias. Dados do Ministério da Saúde mostram que as mulheres estão no grupo mais vulnerável porque a violência contra elas acontece em todo o mundo: 70% das mulheres vítimas de assassinato foram mortas por seus maridos. O Ministério da Saúde revela, ainda, que problemas relacionados à gravidez são a principal causa de morte para mais de 500 mil mulheres, entre 15 e 44 anos de idade, no país.

Vale lembrar que o Programa DST/Aids da Secretaria de Saúde de Embu já recebeu reconhecimento por seu trabalho e que o Programa em Educação Continuada em Sexualidade e DST/Aids – Hip Hop X Aids (2003) e A Arte e a Cultura Brasileira Contra a Aids (2004) são consideradas experiências bem sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças pelo Ministério da Saúde.

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