Educadores se qualificam para ensino de matemática a alunos surdos

16/06/2015 - 0:00
Educadores se qualificam para ensino de matemática a alunos surdos
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Professores da rede municipal de ensino receberam na sexta-feira (12/6), no Centro Cultural Mestre Assis do Embu, certificados pela participação no Seminário “O Ensino de Matemática para Alunos Surdos: Dentro e Fora do Texto em Contexto”, ministrado pelo professor e doutor Geraldo Eustáquio Moreira, da Universidade de Brasília (UnB).

O curso aconteceu na PUC-SP e faz parte da formação continuada “Diálogos Curriculares”, da Secretaria Municipal de Educação, com duração de 2,5 horas/aula, contemplando 32 educadores, sendo 25 da Sala de Apoio ao Estudante com Deficiência (SAED), 4 do Fundamental II e 3 da equipe técnica.

O objetivo foi qualificar os professores e cumprir a meta 4 do Plano Municipal de Educação (PME), que visa garantir o acesso de alunos com necessidades especiais à educação básica e ao atendimento educacional especializado. O PME, que será votado na próxima quarta-feira (17/6) pelos vereadores, norteará as questões orçamentárias e pedagógicas da rede municipal de ensino nos próximos 10 anos.

O Plano prevê abertura de concurso público para contratação de intérpretes da Língua Brasileira de Sinais (Libras), que serão direcionados para o ensino de alunos surdos. Embu das Artes possui 349 estudantes com deficiências matriculados no ensino regular municipal, sendo atendidos pelas SAED – 94 exclusivamente no CED Armando Vidigal. Do total, oito são portadores de deficiência auditiva.

O aprendizado de matemática para surdos ocorre da mesma maneira como é aplicado para quem não tem deficiência, com materiais concretos, porém a diferença é a forma de comunicação, que é feita por meio de sinais da Libras.

Muitas contribuições foram percebidas no curso: todos os colaboradores da escola devem se debruçar para atender os alunos de necessidades educativas especiais (NEE); há muitos mitos, tabus e inverdades sobre a capacidade de autonomia desses estudantes; as pesquisas da área do conhecimento devem ser apropriadas pelos docentes, visando o avanço; a forma como o ensinamento está sendo aplicado deve ser avaliado; a prática como fonte geradora de outras teorias precisa ser reforçada.

“Queremos que todos, com deficiência ou não, tenham o direito de estar na educação regular”, disse a supervisora da Educação Especial, Evelise Carvalho.

Já a assessora técnica pedagógica, Sandra Pereira Lopes, destacou que o alcance da capacitação é mais amplo, no sentido de uma inclusão para todos, pois não atinge apenas aqueles que possuem deficiência: “Eu mesma sou portadora de uma necessidade especial, pois tenho 10 graus de miopia”, declarou, referindo-se como exemplo.

Afirmando que todo ser humano pode colaborar para o método de ensino, o secretário de Educação, Paulo Vicente dos Reis, sugeriu que considerássemos a experiência de cada um: “Sem preconceitos, devemos compreender que as linguagens dos indivíduos, mesmo que diversas, podem agregar à educação do aluno”.

Também participaram da mesa diretora as supervisoras da Educação Especial, Rosângela Rizzi e Valdísia Lima.

Sobre o professor

Geraldo Eustáquio Moreira é referência em Matemática no Distrito Federal e no País. Possui Licenciatura em Ciências e Matemática pela Universidade Estadual de Goiás; Pós-Graduação em Ensino de Matemática; Mestrado em Educação Matemática e Doutorado em Educação Matemática pela PUC-SP. Tem vasta experiência em instituições de Ensino Superior, tanto na área docente quanto em coordenação ou direção.

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