A Roda de Conversa “Enfrentamento da Violência contra o Idoso” aconteceu na terça-feira (16/6) com os jovens do Centro de Referência da Juventude (CRJ), com mediação de Lúcia Gussom (coordenadora) e Lídia Oliveira (assistente social), ambas do Centro de Referência do Idoso – CRI, da Secretaria de Assistência Social.
Com a finalidade de discutir as relações entre as gerações, o encontro explanou sobre o trabalho do CRI na cidade, que atende, orienta e cuida dos idosos que sofrem violência.”Ao contrário dos jovens, que na maioria das vezes são vítimas nas ruas, a agressão aos mais velhos ocorre dentro de casa”, afirmou Lúcia.
No decorrer do bate-papo, o público e as palestrantes levantaram os pontos positivos e negativos existentes na convivência entre jovens e idosos. Entre os positivos, destacaram a experiência, paciência, culinária, carinho, conselhos e respeito. Entre os negativos, o público apontou a intolerância, o drama, o autoritarismo, a chantagem emocional, as reclamações, a impaciência e a dependência de cuidados.
“Os jovens não conseguem se comunicar com os idosos, que possuem valores e costumes diferentes e acabam entrando em conflito com o comportamento das gerações mais novas”, disse Lídia.
Para Lúcia e Lídia, o diálogo é a maneira mais eficiente de melhorar essa convivência. “Tem que saber explicar, conversar, ouvir, ter paciência e até colaborar com as tarefas de casa”.
Outra reflexão estimulada pelas assistentes sociais é a dos jovens se perguntarem como eles gostariam de serem tratados quando a velhice chegar. Amor, carinho e respeito foram algumas das expectativas deles.
Em situações de conflito, o CRI busca fortalecer o vínculo familiar e, em último caso, encaminha o caso de violência à Justiça. “Pensamos, antes de mais nada, em prevenir o impulso da agressão a pessoas mais velhas”.
No ano passado, esse mesmo trabalho foi desenvolvido em Unidades Básicas de Saúde do município, onde, posteriormente, pode-se observar o aumento do número de denúncias sobre casos de violência contra idosos.
O Censo 2010 registrou, aproximadamente, 240 mil habitantes em Embu das Artes. Desse total, 6,86% são idosos, com cerca de 9 mil mulheres e 7 mil homens com mais de 60 anos de idade.
No Brasil, a expectativa de vida atualmente é de 78 anos (mulher) e 71 (homem).
Jovens e idosos na balada
Luiz Fernando Virgilio dos Santos, o Billy Breezy, 22 anos, b-boy (dançarino de break), disse que a experiência da Roda de Conversa trouxe conhecimento para que os jovens despertem para o respeito aos mais velhos.
“A gente sabe que em alguns momentos há barreiras entre nós, na linguagem e na comunicação, mas eu penso que se não fosse por eles, a gente nem existiria”, declarou Billy. “Gosto de andar com o pessoal mais velho, queria ver idosos em nossos eventos de hip hop”.