Quem nunca andou pela Praça Central, no Largo 21 de Abril no Centro de Embu das Artes e não se deparou com o famoso “relógio da praça”? O relógio foi inaugurado em 1978, em comemoração aos 70 anos da Imigração Japonesa no Brasil, sendo uma doação da comunidade japonesa à cidade.
O Sadao Nagata era vereador na época (presidiu a Câmara Municipal entre 1979 e 1980) e foi um dos articuladores da doação do relógio e de várias restaurações dele nestes 40 anos. Empresas como a Sansuy e a Daysa, dentre tantas outras, colaboraram para manter o relógio funcionando por vários anos.
Mas existe uma curiosidade a mais neste relógio. Ele está em algarismos romanos, e o número “4” está escrito de uma forma pouco usual: IIII ao invés do usual IV. O uso do algarismo IIII em relógios teve início com os romanos, antes mesmo da existência da grafia IV. A verdade é que o número “4” era inicialmente escrito no antigo método da adição, em que a quantidade era representada pela soma de 1+1+1+1.
Só depois os romanos inventaram a grafia IV, em que a fórmula utiliza o algarismo que representa o 5 (V) como base para uma conta em que V – I = 4. Mesmo depois que a grafia IV passou a ser utilizada, no entanto, os relógios antigos continuaram sendo representados com o símbolo original IIII e, ainda hoje, na maioria dos relógios utiliza-se esse símbolo no lugar do IV.
O aspecto estético é a explicação mais aceitável por especialistas para o uso do IIII nos relógios. Apesar de não existirem regras sobre o modo correto de representar o número 4 em relógios, podendo ser IIII ou IV, o conforto visual gerado pelo uso do IIII em relógios é evidente.
O relógio adquire um visual simétrico, no qual o uso dos algarismos I, V e X é dividido perfeitamente no início de cada hora do relógio. Ou seja, você tem as primeiras quatro horas representadas pelo algarismo I (I, II, III e IIII), as próximas quatro representadas pelo algarismo V (V, VI, VII e VIII) e as quatro últimas representadas pelo algarismo X (IX, X, XI, XII).
Quando a forma IV passou a ser utilizada pelos romanos, por coincidência o número possuía uma grafia similar ao nome do deus Júpiter, escrito pelos antigos como IVPITER. Especialistas afirmam que os romanos, então, preferiram usar o símbolo IIII no relógio de forma que não desrespeitassem o deus Júpiter. De acordo com esta outra teoria, a forma IV deixou de ser utilizado em relógios romanos cristãos para que as iniciais de um deus pagão não estivessem presentes em relógios de igrejas cristãs.