Feira de Embu das Artes faz 39 anos

31/01/2008 - 0:00
Feira de Embu das Artes faz 39 anos
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Para comemorar os 39 anos da Feira de Embu das Artes, completados dia 31 de janeiro, a Secretaria de Turismo organizou a exibição de filmes do início da feira em 1969. Um deles, com roteiro de Jorge Bodanski, Roberto Santos e Rudá de Andrade, filho de Mário de Andrade, com direção de Roberto Santos. Uma preciosidade que mostra o poeta Solano Trindade ainda vivo, entre outros artistas, e uma cidade que mudou muito no período. Outro filme traz imagens brutas, não editadas, coletadas por equipe da extinta TV Tupi, que além de imagens da feira em seus primórdios apresenta uma entrevista com organizadores de um encontro de jovens na cidade, a maioria hippie.

Um dos cartões postais do município, a Feira de Embu das Artes transformou-se no maior evento do gênero no país pela ação visionária de protagonistas como o escultor Assis do Embu (falecido em 2006), o ceramista Sakai do Embu (também falecido), entre outros nomes, na sua maioria artistas e hippies que expunham na Praça da República e vieram morar na cidade. Instalada inicialmente em frente ao Museu de Arte Sacra, no Largo dos Jesuítas, a feira surgiu com poucos artistas expondo suas obras em panos estendidos no chão.

Embu respira arte desde sua fundação. Os padres jesuítas e os índios guaranis foram os primeiros artistas de Embu. Suas mãos marcaram o caráter da cidade visíveis na arquitetura da igreja, na escultura dos santos de madeira, nas pinturas e entalhamentos. Documentos históricos contam que os jesuítas aceitavam encomendas de santos e é bem possível que essa tradição de santeiro tenha se mantido entre os poucos habitantes da vila durante o século 19 e início do século passado. A construção da igreja Nossa Senhora do Rosário, com sua torre em estilo moçárabe, já era arte.

A Feira de Embu cresceu e espalhou-se por 12 ruas e vielas do centro histórico, num total de 36.000 m2 que reúne mais de 600 expositores. A tenda "Embu das Artes ao Vivo", no Largo 21 de Abril, está entre as principais atrações.  A feira tem de tudo: artes plásticas, artesanato variado – obras em cerâmica, placas em madeira, bijuteria, bonecas de pano, utensílios para cozinha, artigos de ferro para decoração da casa, camisetas tingidas artisticamente, brinquedos pedagógicos, jóias, bolsas, sandálias, tapetes, artigos em couro, incenso, objetos indígenas, entre outras peças – comidas típicas como o acarajé da baiana dona Laura na esquina da Rua Joaquim Santana, e o setor de plantas, flores e ervas medicinais da Rua Siqueira Campos. Os preços que variam de R$ 1,00 (uma corujinha em metal do artesão Toninho) a R$ 25 mil (escultura em madeira "A Favela", do artista plástico Rivelini).

Turistas do mundo inteiro visitam Embu das Artes durante sua passagem pelo Brasil. São franceses, alemães, japoneses, americanos, mexicanos, colombianos, portugueses, chilenos, argentinos, entre outros, e visitantes de vários estados brasileiros que vêm conhecer e comprar o que há de melhor em arte artesanato brasileiro. Cálculos da Secretaria de Turismo revelam que entre 10 e 20 mil  pessoas aos sábados, domingos e feriados passam pela Feira de Embu das Artes. A cidade também é procurada para passeios tranqüilos de segunda a sexta-feira.

A Feira de Embu das Artes se diferencia das demais existentes justamente por estar instalada no centro histórico do município, tombado pelo Patrimônio Histórico (Iphan) desde 1938, por indicação do escritor Mário de Andrade. Embu das Artes é uma cidade repleta de belezas naturais e artísticas, com histórias, mitos e tradições. Está pertinho da megalópole (a 27 km da capital paulista), mas mantém características das cidades do interior, com sua arquitetura colonial paulista. As ruas de paralelepípedos do centro histórico, que circundam o Museu de Arte Sacra dos Jesuítas, são um convite a uma caminhada despreocupada, a um almoço ou um café e uma visita demorada pelas lojas da cidade. A cidade conta ainda com atrações como o memorial Sakai, Museu do Índio, a Fonte dos Jesuítas e o Parque do Lago Francisco Rizzo, espaço ecológico com um belo lago repleto de peixes, pista para caminhada, cooper e atividades de lazer.

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