Exposição revela a grande festa de Aurino Bomfim

31/01/2008 - 0:00
Exposição revela a grande festa de Aurino Bomfim
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No dia 10 de fevereiro, o pintor naïf Aurino Bomfim faria 62 anos de idade. E para comemorar o seu aniversário de nascimento, o Centro Cultural Embu das Artes realiza a exposição “A Grande Festa de Estar Vivo” – Aurino Bomfim em memória, de 14 de fevereiro a 3 de março. O artista faleceu na madrugada de 27 de novembro de 2006. A abertura da exposição será no dia 14/2, às 19h, com apresentações de canto e dança, promovidas pelos amigos e parentes do Teatro Popular Solano Trindade e da cidade.

Carioca da Penha, Aurino começou a pintar em 1978 e mudou-se para o Embu em 1979, onde fixou residência. "Cheia de cores, bandeirinhas, casarios, árvores e gente. Gente que anda, ri, chora, sofre, dança, se diverte, principalmente, vive. Assim era a sua pintura", segundo sua esposa e companheira, Raquel Zaicaner, que com a filha do casal, Ruth, preparou a exposição de quadros e fotos do artista.

Depois que vendeu o restaurante Adjuntó, no centro de Embu, Aurino Bomfim dedicou-se exclusivamente à pintura. Era o primeiro a chegar à Palhoça de Arte ao Vivo, localizada no Largo 21 de Abril, um grande ateliê ao ar livre, onde artistas embuenses produzem sua obras. E ali ficava o dia todo, pintando. De pouca fala com os estranhos, tinha sempre um caso engraçado para contar aos amigos e companheiros. Ao lado dos pincéis e tintas, deixava uma cestinha com balas para oferecer às crianças.

Em seu currículo, destaques para a presença na II Semana de Cultura Negra, Arte Negra, Projeto Zumbi, Projeto Igualdade, Semana Cultural Brasil-Angola, Mãe África, Kizomba, Bienal Brasileira de Arte, exposição organizada pela Refarte de Embu na Assembléia Legislativa de São Paulo, em 2003, além de individuais no Espaço Ciniê e Galeria Telesp.

O artista também participou do Intercâmbio Cultural Embu das Artes/Padre Paraíso, no Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais, promovido pela Secretaria de Turismo da Prefeitura da Estância Turística de Embu, em julho de 2005. Lá, além de expor seus trabalhos ele e uma equipe de artistas e artesãos realizaram oficinas de pintura e escultura.

Alguns dias antes de sua morte, Aurino participou da exposição Arte Negra em Embu, dentro das festividades do Mês da Consciência Negra, promovida pela Prefeitura, por meio da Assessoria de Promoção da Igualdade de Gênero e Raça. Com apoio da Secretaria de Turismo, a exposição mostrou trabalhos em que a cultura negra, que tanto influenciou a formação do povo brasileiro e de Embu, é temática dominante. Entre os grandes articuladores do movimento artístico-cultural da cidade podemos citar vários artistas plásticos negros (ou não) que destacaram a cultura negra em suas obras. Entre eles, Assis de Embu, ao lado de Solano Trindade, Ana Moysés, Mestre Gama, Potiguá, entre outros.

Em junho de 2006, o artista também esteve no Centro Cultural durante a 1ª Mostra Naïf Primitivo Festa Junina, dentro das comemorações do ciclo junino com as festas de Santo Antonio, São Pedro e São João na cidade. Participaram 21 artistas plásticos em belos trabalhos sobre o tema: pau-de-sebo, balões, quadrilha, comidas e bebidas típicas, uma vila inteira se preparando para a festa.

No Natal das Artes de 2006, Aurino Bomfim foi homenageado pela Congada de São Bernardo que apresentou o Canto das Três Raças, gravada por Clara Nunes, dando vivas ao folclore brasileiro, à Nossa Senhora do Rosário e àqueles "que passaram à outra vida". Aurino também foi lembrado durante a apresentação do violonista Luciano Lima, na Capela de São Lázaro. Wilma Abondanza, então coordenadora do Centro Cultural, cantou Ave Maria, de Schubert.

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