Almir Sater
O contato com a gente da terra favoreceu a pesquisa de novos rítmos, novos sons da viola. Almir Sater tornou-se um dos responsáveis pelo resgate da viola de 10 cordas, mais conhecida como viola caipira, base de criação da música caipira. Suas composições refletem o popular e o erudito de maneira ímpar, como jamais se ouviu na MPB.
Sua produção é intensa e apaixonada. A música flui de dentro do coração, do interior da alma. Mesmo tendo chegado à excelência técnica, Almir é um dos poucos que não deixou a emoção de lado. Por isso, o público, ao sair do show, tem a impressão de ter estado na sala de visitas do cantor, completamente
à vontade.
Em 1988, a crítica, na sua unanimidade, escolheu Almir para participar do Free Jazz Festival, juntamente com nomes sagrados da música mundial. O sucesso foi tamanho que Almir abriu o evento, no Rio de Janeiro, no ano seguinte. Daí para Nashville-USA, a meca da música country mundial, foi um passo. A liberdade de ação junto aos músicos americanos foi rapidamente absorvida, o que resultou no LP Rasta Bonito, onde percebe-se claramente a mistura de sons, sem perder a integridade do instrumentista.
Almir ganhou dois prêmios Sharp, com as canções Moura e Tocando em /frente, gravada por Maria Bethânia.
Almir Sater participou, ainda, das novelas Pantanal, Ana Raio e Zé Trovão, da Rede Manchete, e da novela Rei do Gado, da Rede Globo. Em 2006, Almir Sater lançou o CD 7 Sinais e fez parte do elenco de Bicho do Mato, da TV Record.
Procissão das Rezadeiras de Embu
Há 13 anos, o grupo faz a abertura da Festa de Santa Cruz, com a procissão e a reza do terço. Ligado à Igreja Católica, o grupo de rezadeiras existe há 30 anos e hoje é composto por cerca de 15 pessoas que se reúnem todas as semanas, visitam as casas das pessoas para rezar o terço, fazer novenas e conversar. Coordenadas por Aparecida José Carpi Rodrigues, as rezadeiras este ano também pretendem fazer a ladainha de Nossa Senhora.
Dança de Adoração à Santa Cruz Embu das Artes
É uma manifestação popular que remonta ao tempo dos jesuítas e perdura até hoje no município, sempre com o ingresso de jovens brincantes. O grupo principal existe há muitos anos e atualmente é comandado por Noêmia Cachoeira, filha da saudosa dona Elísia Cachoeira. Os 60 integrantes do Grupo de Adoração à Santa Cruz, incluindo jovens adoradores, apresentam-se nas festas do município de Embu e em eventos como o Revelando São Paulo.
Folia de Reis do Marajoara
Fundado há 60 anos pela comunidade católica do bairro Santa Clara/ Marajoara, de Embu das Artes, o grupo é formado por 20 pessoas e se apresenta dentro e fora do município. A Folia de Reis é uma festa religiosa de origem portuguesa, que chegou ao Brasil no século XVIII. De 24 de dezembro a 6 de janeiro, músicos e cantadores, vestindo roupas coloridas e entoando versos, percorrem as ruas da cidade, anunciam o nascimento do menino Jesus e homenageiam os Reis Magos.
Sociedade Amigos Violeiros de Embu (Save)
Fundada em 1998, a entidade mantém viva a música caipira. A idéia surgiu para preservar antigos cantores e lançar novos talentos da cidade e região que, segundo os fundadores, tem tradição na música regional. Hoje, reúne 27 duplas sertanejas e cerca de 80 pessoas, entre violeiros, colaboradores e simpatizantes, que tocam desde música considerada “de raiz”, canções caipiras feitas até os anos 70 até reinterpretações de duplas atuais.
Dança Folclórica Japonesa
Sob o comando da professora Terutiyo Ikemot, o grupo formado por senhoras realizará quatro apresentações, sendo uma delas em homenagem ao centenário da imigração japonesa no Brasil, a dança Umi o Wata´Tte Bushi.
Lalá Gonzaga e Forrozando
Lalá Gonzaga é sobrinho de Luiz Gonzaga e autor de várias músicas gravadas por seu tio. Durante muito tempo foi sanfoneiro de sua tia, Chiquinha Gonzaga. A música Amar à toa, sucesso de Luiz Gonzaga, foi escrita por ele e Joquinha Gonzaga.
Aos 62 anos, Lalá Gonzaga continua cantando e tocando o melhor do forró pé-de-serra e universitário, com o Grupo Forrozando, única banda no Brasil com três parentes do inesquecível Luiz Gonzaga.
Folia de Boi da Escola Municipal Astrogilda
Desde 2005, alunos da rede municipal de ensino de Embu, por meio do Núcleo Arte, têm a oportunidade de conhecer a cultura de outros estados através do projeto Encontro dos Bois. Aulas teóricas e práticas e encenações conforme a tradição aproximam as crianças da cultura popular de São Paulo, Parintins, Piauí, Maranhão, Amazonas e Pernambuco. O projeto também envolve a comunidade que trabalha na produção e confecção de bois característicos de todas as regiões do país, resgatando uma das mais ricas manifestações do folclore brasileiro.
Élcio Dias
Músico influenciado pelas pérolas do repertório caipira e ritmos da cultura popular do sudeste como a congada, o pagode, a folia de reis e músicas juninas. Elcio Dias realiza um trabalho autoral e interpreta arranjos de grandes poetas e cantadores da cultura caipira e cabocla como Pena Branca e Xavantinho, Rolando Boldrin, Elomar, Xangai, Renato Teixeira, Cascatinha e Inhana, além de canções de domínio popular interpretadas por grandes nomes da música brasileira.
Teatro Popular Solano Trindade
Comandado pela artista plástica, coreógrafa e yalorixá de cadomblé Raquel Trindade, o Teatro Popular Solano Trindade revive o amor de Solano pela cultura negra e pelas tradições populares. O grupo mantém vivo o trabalho iniciado por ele – uma das figuras mais expressivas da poesia negra no Brasil – de resgatar as danças, a religiosidade e os ritmos afro-brasileiros.
Adoração de Santa Cruz de Carapicuíba
A Aldeia de Carapicuíba é célebre pela tradicional Festa de Santa Cruz que se realiza, anualmente. A festa origina-se da época da colonização e catequese dos indígenas, onde a principal atração é a dança de Santa Cruz, Roda e Despedida da Santa Cruz. Na adoração, os tocadores iniciam sua caminhada para frente da igreja, toda enfeitada. O povo se aglomera atrás dos músicos e começa a adoração, com o violeiro chefe iniciando o cântico.
Capela de Santa Cruz
A capela é um sonho de um grupo de moradores da Vila Cercado Grande desde os anos 60, liderado pelo mestre Sakai de Embu. Segundo a ceramista e coordenadora do Memorial Sakai e moradora do bairro, Tonia do Embu, naquela época, a vila tinha poucas casas, algumas em estilo caipira, com seus quintais, chaminés, fogões a lenha, cavalos e burros amarrados nos portões ou charretes em posição de descanso. A maioria das residências mostrava nas fachadas a origem italiana de seus moradores. Após quase 50 anos, a Capela de Santa Cruz é realidade junto ao Memorial Sakai, outra preciosidade da cidade. Com 50m² , ela tem no altar uma cruz de madeira ladeada por dois anjos em terracota, saudando-a com suas violas, de autoria de Helaine Malca. A decoração da capela foi feita pelo artista plástico José Luiz Alemãn.
Dona Elísia Cachoeira (in memorian)
Embu das Artes perdeu Elísia Maria de Jesus, mais conhecida como Dona Elísia Cachoeira. Ela tinha 98 anos e faleceu de aneurisma dia 19 de outubro de 2007. Conhecida por ser uma das grandes incentivadoras da Festa de Adoração à Santa Cruz juntamente com suas irmãs, ela deixou nove filhas, 28 netos, 61 bisnetos, 30 trinetos e um tataraneto. Dona Elísia foi sepultada no Cemitério do Rosário, no Centro de Embu.