O grito de carnaval soou no Centro Cultural Mestre Assis do Embu na noite de sexta-feira, 20/2, quando o prefeito Prefeito entregou a chave de Embu das Artes à corte do carnaval, prenunciando aquela que seria a maior festa popular da história do município. Foram quatro dias de folia com desfiles de blocos locais e grandes shows divididos em dois palcos, no centro e na periferia. O Parque do Lago Francisco Rizzo substituiu a Praça da Lagoa como o novo local de eventos na região central. Acostumada a curtir o carnaval na praça, Karina Daiane de Oliveira, 20 anos, trouxe a filha Mariane de 1 ano ao parque e aprovou a mudança. “Estou gostando porque o espaço é maior, tem mais polícia e ambulância. Espero tudo de bom nesse carnaval, menos briga”, disse a moradora do centro. Residente do bairro Santo Amaro, zona sul de São Paulo, Dona Dalila, de 87 anos, também aprovou o novo local do evento e aproveitou para se divertir e descansar, além de conferir a filha desfilar no bloco Kambinda.
Há anos Tobias da Vai-Vai não cantava em Embu das Artes. Ele se recorda de vir à cidade acompanhado de Moisés da Rocha com o programa O samba pede passagem. Na noite do sábado, 21/2, o público do Jardim Santa Tereza teve a oportunidade de ver e ouvir o sambista, cujo show foi aberto pelos grupos Samba da Gente e Nova Razão. “Estou aqui para fazer alegria para mim e as crianças estão adorando”, afirmou Edna Ribeiro de Abreu, 33 anos, acompanhada dos filhos gêmeos Igor e Yasmin, de 3 anos, que a tudo observavam.
Centro comercial da periferia e um dos mais antigos e populosos bairros de Embu, o Santa Tereza recebeu Tobias com festa. O cantor retribuiu com uma grande apresentação. “Fico contente de poder trabalhar nesses centros da periferia. Me sinto bem, eu nasci na periferia e essa é uma forma de atender quem não tem possibilidade de pagar para assistir um show”, comentou. Atual presidente da Vai-Vai, tradicional escola de samba do paulistano Bixiga, onde mora há 30 anos, Tobias nasceu Edimar Tobias da Silva na zona Norte da capital, no Jardim Peri.
Show do Jorge Ben Jor
No domingo, 22/2, o Carnaval dos 50 anos de emancipação foi aberto pelas crianças, que vibraram com o show do Palavra Cantada, no Parque Rizzo. Ao buscar na internet o melhor programa de Carnaval para o filho Guilherme, Ana Maria, do Jardim Santo Eduardo, escolheu o Rizzo. “Achei tão boa a programação e ele gosta tanto do grupo que vim cedo para ele se divertir”, diz, enquanto o filho, de 6 anos, vestido de cigano, brinca sem parar, junto com a prima Carolina, 6, vestida de borboleta.
Enquanto as crianças, e também os pais se divertiam com o Palavra Cantada, o rei Momo Ivanildo dos Santos, o Negrão, a rainha Rosimeire Silva e as princesas Maiara dos Santos e Iara de Lima se preparavam para entrar na avenida. Eles conduziram todos os blocos – Zumaluma, Menino Arteiro, Unidos de Santa Tereza, Arte sem Fronteira, Kambinda, do Teatro Popular Solano Trindade, e o veterano Bloco do Barata –, revezando entre o Rizzo e o Santa Tereza.
Na segunda-feira, o Jardim Santa Tereza também mostrou sua animação no show dos Demônios da Garoa e desfile de blocos. Para Rita Maria de Jesus Pereira, de 74 anos, que estava acompanhada da filha Dilma Pereira da Silva, 41, professora, moradoras do Presidente Kennedy, o programa estava “ótimo”. “Nenhuma ocorrência, só folia”, avisa o inspetor Altair, da Guarda Civil Municipal de Embu.
A segunda-feira foi mais um dia de muita alegria no Parque Rizzo, com som eletrônico, samba e Carnaval.
Maria Regina Teixeira e Elke Muniz
Milhares de pessoas reuniram-se no estacionamento do Parque do Lago Francisco Rizzo para curtir no Embu a terça-feira da maior festa popular do mundo. Alguns até improvisaram fantasias e mesmo quem não sabia dançar não conseguiu ficar parado ao assistir aos desfiles dos blocos.
O Menino Arteiro lembrou artistas que construiram a história da cidade e apresentou ao público a dança do café e do mineiro-pau. Já o Unidos do Santa Tereza trouxe para a apoteose um pequeno trio elétrico com a Corte do Carnaval. O destaque do Acadêmicos do Jardim Júlia ficou por conta do casal de mestre-sala e porta-bandeira, ovacionado durante toda apresentação, e da passista mirim, que deixou muitos de queixo caído. O bloco Kambinda, comandado por Raquel Trindade e sua família, encheu de brilho e história a avenida, com o enredo João Cândido e a revolta das chibatas. E fechando a apresentação dos blocos, o Arte sem Fronteira, que também homenageou artistas de Embu, fez todo mundo cantar o seu irreverente enredo (“Pra quem tem dinheiro nada mal/pra quem não tem é ovo cozido e espetinho de filé miau”).
O casal Severino Pedro Ferreira e Maria da Paixão Ferreira, do Jd. de Lourdes, aproveitou bastante a festa. “Não agüento mais sambar”, afirmou Maria.
Após as belíssimas apresentações, o grande ápice da noite ainda estava por vir. Jorge Ben Jor subiu ao palco debaixo de chuva – que serviu para refrescar a massa -, e em duas horas de show levou o público ao delírio com seus grandes sucessos.
Daniela Karin