Pesquisa aponta melhora na educação em Embu das Artes

16/07/2010 - 0:00
Pesquisa aponta melhora na educação em Embu das Artes
Acessibilidade

O índice de satisfação nas escolas é de quase 90%, o de analfabetismo caiu de 13% para 1,96% em 10 anos e há nível de excelência até  fora da escola nas atividades de esporte e lazer

O Governo da Cidade de Embu das Artes traçou um perfil da população a partir de pesquisa feita com participação de 4.009 famílias, residentes nas cinco regiões do município. Os resultados indicaram: 75% da população mora em casa própria, a outra parte paga aluguel entre R$ 200 e R$ 399. Quase 43% possui computador e 74,91% acessa regularmente a internet, índice um pouco abaixo do de pessoas com celular (79,82%), enquanto 67,22% das casas têm telefone fixo. A partir daí foi elaborado um perfil específico da educação no município de Embu, com resultados positivos quanto à relação da escola com as famílias (“muito satisfatório”) e o aproveitamento dos alunos. 

O estudo, realizado pela Evidência Marketing e Pesquisa, mostrou que a aprovação das escolas municipais é superior à das estaduais: o índice de satisfação nas escolas municipais é 89, 32%, enquanto nas estaduais, 76,91%. Entre as famílias, 8,38% são integradas pelo menos por uma criança de 5 anos de idade que busca vaga nas escolas municipais, onde 89,32% dos alunos dizem aos pais que gostam da escola. Quanto à qualidade da educação oferecida nas escolas municipais, a maioria das famílias (54, 36%) considera boa, enquanto 12, 95%, ótima. 

Reformar as escolas e elevar a qualidade de ensino fazem parte do programa do prefeito Prefeito. Até agora já foram reformadas cinco escolas municipais (Elza Marreiro, Jatobá, Villa-Lobos, Jacarandá e Rosa Cirelli) e neste ano mais 12 passarão por reformas, sendo que duas delas, Delfina e Primavera, serão reconstruídas. Também já foi iniciada a construção da creche do Jardim Santo Eduardo pelo projeto Pró-infância do Governo Federal, que atenderá demanda da comunidade local. O atual programa de educação para a rede municipal dá continuidade ao iniciado pelo governo anterior ao de Prefeito, que também investiu nesse segmento com benefícios para a população do município.

As mudanças, observadas na última década, foram muitas, acompanhadas pela secretária de Educação, Rosimary Mendes Matos, que também participou do gestão Prefeito (2001-2008): “A organização da proposta pedagógica para o sistema, para ser colocada em prática de uma forma democrática, é orientada por uma visão humana numa perspectiva freiriana” – do educador Paulo Freire, a qual visa a transformação da sociedade com os homens, o cidadão. Busca participação fundamental em ação com as pessoas e não para as pessoas. “A nossa proposta pedagógica procurou fazer que as pessoas percebessem o papel na educação. Ter clareza na concepção de educação que fundamenta o encaminhamento. Temos criado instrumentos para acompanhar o desenvolvimento e aproveitamento dos estudantes numa avaliação contínua”, diz a secretária. 

Segurança, merenda e transporte

A segurança nas escolas também foi abordada e a maioria das famílias a considera boa (48, 37%) e ótima (7,31%). Com isso, as famílias reconhecem o trabalho que vem sendo desenvolvido pela Guarda Civil Municipal (GCM), que faz a ronda nas escolas, somado ao da equipe da própria escola. Esta mantém-se sempre atenta para proteger o aluno e tomar providência e/ou comunicar à família dele algum problema. Vale ressaltar que a GCM de Embu desenvolve junto com a Secretaria Municipal de Educação um trabalho pedagógico de segurança e prevenção, como o combate ao uso de drogas, focado nas famílias. “O município adotou o Projeto Luz, em que o mote da discussão é a cultura da Paz”, esclarece a secretária.

A merenda escolar é considerada boa por 64, 58% e ótima por 7,49%. A ampliação dos dias em que as refeições são servidas aos alunos da rede municipal, que passou de três para cinco dias na semana, sistema adotado por Prefeito em 2009, mais a qualidade da culinária despertam elogios das famílias. E outra boa notícia é que 78, 33% das crianças estudam perto de casa, indo à pé à escola, cumprindo o que determina a lei. O transporte escolar, usado por  7, 05% das famílias, recebeu notas 9 e 10, de 51, 25%, e de 7 e 8, de 27, 50%.  

Excelência fora da escola

Além de estudar, 20, 70% dos alunos fazem alguma atividade fora da escola, segundo as famílias pesquisadas. E isso não é pouco. De acordo com o secretário municipal de Esportes e Lazer, Humberto Panzetti, o Instituto Nacional de Excelência em Políticas Públicas (Inepp) determina que a cidade que atende com seus programas de esporte 17% a 20% da população atingiu o grau de excelência. 

O prefeito Prefeito implantou no Embu o projeto Esporte Cidadão há um ano e meio, com a proposta educacional e de democratização do esporte para todos – crianças, jovens, adultos, terceira idade. As atividades que antes eram oferecidas em três ginásios da cidade, sistema implantado no governo anterior e bem recebido pela população, foram estendidas a 30 núcleos, com o diferencial de oferecer esportes considerados de elite, como esgrima – aliás, neste caso, Embu é a única cidade do Estado que oferece esse esporte na esfera pública e gratuito.

“A pesquisa mostra dois excelentes resultados: a utilização de programa do município pela população, em que o esporte atinge 90%, e o índice de aproveitamento, que no geral passa de 20%, mas que é mais que isso em algumas regiões. Hoje atendemos 15 mil crianças, ou seja, 31% da população. Esses resultados, que esperávamos atingir em quatro anos, são surpreendentes e nos dão total segurança de estar no caminho certo”, diz o secretário de Esportes.

Com o Projeto Esporte Cidadão o governo de Embu foi em busca de esportistas por toda a cidade. Todas as informações sobre modalidades, locais, horários podem ser obtidas no núcleo que oferece o esporte ou na Secretaria de Esportes do município. As modalidades disponíveis, para as crianças praticarem atividades fora da escola, além de adultos e terceira idade, são: atletismo, basquete, boxe, caminhada motorizada, capoeira, caratê, dama, dança, escola circense, esportes adaptado e radical, futebol, futsal, ginásticas aeoróbica, artística e localizada, handebol, jiu-jítsu, judô, kick boxing, luta olímpica, recreação, tae-kwon-do, tênis de campo e mesa, voleibol de quadra e de areia, xadrez.

Apenas 1, 96% de analfabetos

A rede municipal de Embu das Artes conta com 12 escolas que atendem alunos de 0 a 3 anos (creches); 28 escolas que atendem crianças de 4 e 5 anos (pré-escola), num total de 7.787 alunos. No Ensino Fundamental, 25 escolas atendem de 6 a 10 e 2 escolas a alunos de 11 a 14 anos, somando mais 12.924 estudantes. O programa de educação para jovens e adultos (EJA), com 1.605 alunos, o Movimento de Alfabetização de Adultos (Mova), com 800 alunos e o Projovem, com 500 alunos, são ministrados em 18 escolas municipais.

Esses programa contribuíram para a queda do analfabetismo em Embu, que passou de 13% em 2001 para 1,96% em 2010. No Brasil hoje o índice é de 11%. “Uma das estratégias para chegar a isso é a inclusão social. São duas questões: diversidade de ações e etapas que se complementam. Por exemplo, o Mova é o início e tem de ter o EJA para a conclusão do Ensino Fundamental. O Programa Nacional de Inclusão de Jovens (Projovem) oferece o Ensino Fundamental em 18 meses, sendo mais rápido para que o jovem possa tornar mais breve a sua iniciação profissional.” 

A secretária de Educação conta que antes, quando sua equipe saía pela cidade divulgando esses cursos, o volume de pessoas interessadas era muito grande. Chegou a abrir 80 salas de aula para atender os interessados. Hoje, há menos candidatos. Para medir o empenho da equipe da rede municipal de ensino de Embu das Artes, basta recorrer aos dados da pesquisa: 5, 19% das famílias pesquisadas revelaram ter uma pessoa com mais de 14 anos que não sabe ler nem escrever, sendo que 87, 89% delas não têm interesse em ser alfabetizadas. 
 

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