Segundo informou o Padre Sebastião Gomes, Embu das Artes tem duas festas em homenagem a sua Padroeira Nossa Senhora do Rosário por motivos históricos.
Embu teve origem na aldeia de M’Boy, em terras de Fernão Dias e Catharina Camacho, que doaram uma légua em quadra para o colégio de São Paulo de Piratininga em 1624 mas só efetivada pela viúva Catarina, 44 anos depois. Ao ato de doação, foi condicionada a realização anual da Festa de Nossa Senhora do Rosário na capela da fazenda. Nessa aldeia os padres jesuítas assumiram o aldeamento e a catequização dos índios em torno de uma capelinha já existente dedicada à Nossa Senhora do Rosário.
Em 1690, o padre jesuíta Belchior de Pontes iniciou a construção de uma igreja maior e depois, junto dela, uma residência e colégio, transferindo o aldeamento indígena para junto dela, o Convento dos Jesuitas (hoje Museu de Arte Sacra) e todo ano, no dia 7 de outubro ou próximo dele, realizava a Festa para Nossa Senhora no adro da Igreja.
Em 1759, o governo de Portugal decretou a expulsão dos jesuítas do Brasil mas a comunidade continuou e , em 21 de junho de 1779 por ordem real a aldeia de MBoy foi elevada a Freguesia , com vigário próprio. E em 22 de dezembro de 1795, foi elevada a Paróquia pela Rainha de Portugal, D. Maria I, sob a mesma proteção de Nossa Senhora do Rosário. E aos 21 de abril de 1880 o bispo de São Paulo , Dom Lino Deodato, confirmava e erigia canonicamente a já antiga paróquia.
Na década de 40, depois de um decreto-lei mudar o nome M’Boy para Embu, dom Duarte de Leopoldo e Silva, arcebispo de São Paulo, determina a primeira recuperação da igreja e convento dos Jesuítas. O conjunto, um dos mais importantes do barroco paulista, torna-se Patrimônio Nacional em 1938 e é restaurado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) E desde essa época , por determinação do Pátio do Colégio, o Museu de Arte Sacra , antigo Convento, começou a organizar todo ano, em torno do dia de N.S. do Rosário, 7 de outubro, sua festa para a Santa, independente da Paróquia de N.S. do Rosário fundada pelo padre Belchior que segue as orientações da Diocese do Campo Limpo.
Essa divisão permaneceu após a criação do município em 1959, embora por vários anos tenha ocorrido em conjunto com a Paróquia de N.S. do Rosário. Mas com a criação do Museu de Arte Sacra em 1976 e da Paróquia de Todos os Santos em 1978, a Festa começou a ser organizada apenas pela Paróquia de Nossa Senhora do Rosário e suas comunidades, enquanto o Museu/convento continuou organizando a sua festa. E depois disso, com a criação das paróquias subseqüentes, cada paróquia começou a organizar separadamente as festas para seus padroeiros.
Por isso que é tão importante a unificação das Paróquias e do Museu numa única festa da paroeira de toda cidade.