Mestre Assis, cinco anos depois

11/11/2011 - 0:00
Mestre Assis, cinco anos depois
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O artista plástico Assis do Embu (1931/2006) foi um dos grandes articuladores do movimento artístico e cultural de Embu das Artes. Nos cinco anos de sua morte, ocorrida no dia 31 de outubro, é oportuno lembrar que foi ele quem trouxe à cidade, nos anos 1960,  muitos artesãos. Parte deles continua produzindo bijouterias, porcelanas, instrumentos musicais, estofados, cestarias, vestuários, rendados, artigos de couro, além de objetos utilitários e decorativos, que expõem e vendem na Feira de Arte e Artesanato, nas ruas do Centro Histórico, aos sábados, domingo e feriados.

Escultor (madeira, pedra-sabão e terracota), pintor, ator, bailarino e poeta, Assis chegou à cidade em 1959. Em Campo Belo, MG, trabalhou como pedreiro, frentista e fazia altos-relevos na fachada de casas coloniais. Ensinou modelagem em Poços de Caldas. O primeiro trabalho em São Paulo também foi de pedreiro. Em 1959, procurou o artista Cássio M´Boy e passou a frequentar seu ateliê. Aprendeu técnicas de cerâmica com o Mestre Sakai e aliou-se também ao poeta Solano Trindade, que na época fazia apresentações com o seu Teatro Popular Solano Trindade, para várias realizações. Assis e Solano faziam festas num barraco da Rua Siqueira Campos, no Centro Histórico, que duravam vários dias e atraíam turistas.

No Barraco do Assis, provavelmente o primeiro centro cultural da cidade, o Mestre deu aulas de escultura de madeira, pedra e bronze. Foi nesse local, o seu ateliê, que o artista fundou o "Movimento do Embu", com parceria de Solano e grupo. Assis foi secretário de Turismo e Cultura do município, em 2000. Além de artista talentoso, com obras espalhadas pelo Brasil e exterior, Assis encantava com a sua poesia, a exemplo do Poema a Margarida, em que diz: …”Havia flores brotando nas montanhas/ Das sementes que eu deixei cair,/ Mas o sol,/ Mais perto da montanha/ Era mais quente/  Queimou a flor/ Queimou a flor…”

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