A senhora Nair Alves, de 87 anos, moradora do Jd. Embuema, chegou à Unidade Básica de Saúde (UBS) Centro queixando-se de dores no corpo e queria aproveitar a consulta para continuar um tratamento de pressão que havia começado. Pouco tempo depois, foi abordada por um Agente Acolhedor que ouviu seu relato e direcionou-a para um clínico geral. “O atendimento foi excelente, o nome do projeto faz juz ao nome: acolhe realmente as pessoas, está aprovado”, disse a moradora de Embu há mais de 50 anos. “O agente foi muito educado comigo e passou muita segurança no que falava”, comentou Mara de Souza, de 25 anos.
O papel do programa Agente Acolhedor criado pela Secretaria Municipal de Saúde, é orientar, acolher e direcionar corretamente os usuários das UBSs, otimizando e agilizando o atendimento. Inicialmente, os agentes estão presentes nas unidades dos jardins Sta. Tereza, São Marcos, Sto. Eduardo, Sta. Emília, Pinheirinho, Vista Alegre e Centro que recebem diariamente uma grande demanda de pacientes. Antes de iniciarem os trabalhos, os agentes passaram por um treinamento promovido pelo setor de Recursos Humanos e pela equipe técnica da Secretária Municipal de Saúde de Embu.
Entre as atividades desempenhadas pelos agentes estão a orientação ao usuário que chega à UBS, identificando qual é a sua real necessidade e encaminhando-o para a área responsável, além de prestar um pré-atendimento ao paciente para que ele tenha sua necessidade atendida de maneira rápida e eficiente. O atendimento prioriza crianças, idosos, gestantes, pessoas portadoras de alguma deficiência e casos que apresentem gravidade elevada.
Segundo pesquisa realizada pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) com patrocínio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), 80% dos atendimentos realizados nos prontos-socorros do município poderiam ser realizados nas UBSs. Os prontos-socorros (PSs) são procurados pela maioria da população, mesmo quando se trata de problemas simples, comprometendo, muitas vezes, o atendimento dos casos mais graves e de risco à vida. Os casos em que a gravidade não oferece risco de morte, como dores musculares, hipertensão, entre outras, as pessoas devem procurar primeiramente as UBSs, plenamente capacitadas para o atendimento básico à população.
O programa Agente Acolhedor integra a estratégia do Ministério da Saúde através do Programa Nacional de Humanização (PNH) que tem como objetivo trabalhar a humanização do atendimento na saúde, como um dos princípios de reduzir as filas e o tempo de espera com a ampliação do acesso e atendimento acolhedor e resolutivo baseados em critérios de risco.
Contratado pela Prefeitura através do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), o grupo de agentes é formado por 14 estagiários que residem na cidade e em municípios vizinhos e são estudantes universitários do 3º e 4º ano de Enfermagem. São dois agentes por UBS que trabalham das 7 às 19 horas, com carga horária de 6 horas cada.