Além de ser reconhecida por seus belíssimos artesanatos e esculturas, a cidade de Embu das Artes também leva cultura aos bairros menos favorecidos por meio do Projeto Periferia Cultural. Este é o resultado da parceria da Secretaria de Cidadania e Assistência Social da Prefeitura de Embu com a Petrobras, que juntamente com o apoio do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), criaram em julho deste ano espaços culturais que proporcionam a inclusão social através de cursos de música.
O programa está inserido em 13 regiões que compõem o Orçamento Participativo, abrangendo um total de 37 entidades. Nele aproximadamente 650 crianças e adolescentes freqüentam as oficinas de Canto Coral, Percussão, Cavaquinho, Violão, Violino, Escola de Samba, Flauta doce, Gaita, Teclado e Confecção de instrumentos musicais, ministradas por 15 professores.
Em uma cidade onde cerca de 30% da população mais jovem têm entre 7 e 21 anos, 95,74% dos moradores possui renda familiar inferior a 10 salários mínimos e 21,68% das famílias do município sobrevivem com menos de dois salários, o Periferia Cultural surge como forma de combater o alto índice de vulnerabilidade social que atinge os bairros carentes. Ao mesmo tempo o projeto visa descentralizar as oficinas, tornando a música acessível em diversos pontos do município.
Embora o projeto tenha apenas cinco meses de existência já surte excelente resultado. É o caso da Associação Três AAA, localizada no Parque Pirajussara, que formou um grupo de coral composto por 15 alunos portadores de deficiência especial. Crianças com síndrome de Dow também participam das oficinas e algumas cantam em Corais, sendo dessa forma, incluídas no contexto social.
Um dos objetivos da Secretaria de Cidadania é formar alunos e encaminhá-los futuramente ao Programa de Incentivo à Música (PIM), composto pela Banda Municipal, Quinteto de Metais, Embu Acorde, Corais Municipais e Escola Livre de Música, que é coordenado pelo departamento de
Cultura. A idéia surgiu devido ao empenho de alguns aprendizes que têm se destacado durante as aulas. Felipe Rossi, 18 anos, aprendeu aos oito anos a tocar saxofone com o Maestro Elias Evangelista da Banda Municipal e recentemente foi convidado a compor a Banda Sinfônica Juvenil Estadual. "Nossa expectativa é de que vários alunos consigam crescer e ter uma oportunidade. Além disso, temos um interesse maior que é conhecer melhor a realidade dessas crianças, descobrir o que elas vivem no dia-a-dia, para poder ajudá-las, direcionando-as aos programas de assistência social da prefeitura", comenta Adriana Rodrigues, coordenadora do projeto.
Em 2006, o Periferia Cultural será reformulado e apresentará uma nova formatação. Além das oficinas musicais serão realizados seminários, palestra, debates sobre drogas, violência e sexualidade, a fim de que e alunos e professores discutam diversos temas, esclarecendo dúvidas e prevenindo os jovens contra Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), AIDS etc. Os interessados em participar das oficinas de música podem obter outras informações pelo telefone: 4785-3600.