A Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da República aprovou projeto apresentado pelo Centro de Referência da Mulher de Embu das Artes (CRM) e liberou o total de R$ 170.551 para aquisição de material permanente, didático, pedagógico, de escritório e divulgação das ações de promoção de políticas públicas para as mulheres. O recurso também será empregado na melhoria da infra-estrutura, com a criação da biblioteca, criação e informatização de banco de dados e capacitação continuada das funcionárias.
Dos 234mil/habitantes de Embu, mais de 115mil são mulheres ( IBGE 2004 ). Em 2005, o CRM atendeu 1.200 mulheres beneficiárias diretas, sendo que 35% sofreram tortura emocional, 23% ameaça em geral e 20% lesão corporal. O CRM atende mulheres a partir de 15 anos que estejam potencialmente sujeitas ou em efetiva situação de violência e a meta prevista é atender 1.500 mulheres por ano.
A meta é dar um salto de qualidade, beneficiando as mulheres em situação de violência que são atendidas e acompanhadas e garantir a sustentabilidade dessa política pública, a partir da consolidação da rede de atendimento e proteção à mulher em situação de violência, com informação e orientação referentes a direitos, exercício da cidadania e participação social.
Oferecido e mantido pelo Município, o Centro de Referência da Mulher, após sua implantação em setembro de 2001, causou impacto na cidade e municípios vizinhos, segundo Marisa Araujo Silva, coordenadora do CRM, "pois não existia nenhum tipo de serviço com este caráter, onde as mulheres pudessem falar das suas angústias, tristezas, seus medos e ansiedade, com profissionais habilitados em orientá-las, muni-las de informação e fortalecê-las para enfrentar a situação de violência na qual encontravam-se", conta.
Segundo ela, a intenção a curto prazo é proporcionar à mulher em situação de violência mais conforto, com a troca dos equipamentos e mobiliário, fazendo do CRM um espaço agradável e aconchegante, contribuindo com o fortalecimento da sua auto-estima e orientação referente aos seus direitos.
A médio e longo prazo a intenção é mapear os serviços existentes para implantação do banco de dados e serviço telefônico de atendimento às mulheres. Montar um espaço de leitura e videoteca, com acesso a obras que contribuam na compreensão dos processos afetivos que vivenciam, a trajetória da mulher na sociedade e as questões de discriminação, submissão e a educação sexista que levam as mulheres ao processo de desvalorização e baixa-estima.
"Vamos continuar os trabalhos com os grupos existentes no Centro de Referência da Mulher e fortalecer a rede de atendimento, constituindo posteriormente um fórum de combate à violência contra a mulher. Acreditamos que estas ações irão fortalecer ainda mais o processo de combate as todas as formas de violência contra a mulher e discriminação de gênero", confirma a coordenadora.
O CRM está estruturado para atendimento em questões sociais, psicológicas e jurídicas, preservando a identidade e integridade da mulher, através de atendimento individualizado, visitas domiciliares e reflexão em grupo, com temas abordados envolvendo as relações familiares, questões de gênero, violência contra a mulher, saúde. A equipe técnica é composta por três assistentes sociais, uma psicóloga e uma advogada.
