Primeiros habitantes de Embu das Artes, os índios têm sua cultura viva na outrora aldeamento. Seja no Centro Histórico, que conserva o Conjunto Jesuítico que sedia o Museu de Arte Sacra, tombado pelo Patrimônio Histórico, seja no Museu do Índio planejado pelo artista plástico e escritor, Walde-Mar de Andrade e Silva, ou, ainda, na temática dos trabalhos de artistas embuenses. Segundo historiadores, foram os índios os primeiros artistas da terra das artes.
Várias atividades marcarão o Dia do Índio, comemorado em 19 de abril. Na terça-feira, 18, às 19 horas, Walde-Mar, profere palestra no Centro Cultural Embu das Artes. Na quarta, 19, ele concentrará seu trabalho no Centro de Informação da Cultura Indígena (CICI), mais conhecido como Museu do Índio, que a partir das 19h abrirá a exposição – Mavutsinim (o último Kuarup, ou festa dos mortos), fotografias de Renato Soares, em homenagem a Orlando Vilas Boas, prestada por índios Xinguanos da tribo Yulapiti, do Alto Xingu. Pesquisador da cultura indígena, Walde-Mar viveu entre os índios no Parque Nacional do Xingu, por vários anos, com apoio dos irmãos Villas Boas. Suas experiências são contadas nas palestras que realiza em instituições ligadas à educação e cultura. A convite de amigos (brasilíndios) esteve pela última vez no Xingu, em 2000, onde assistiu às festividades de sete tribos reunidas.
Memorial Sakai
Aberto à visitação durante toda a semana, o Memorial Sakai está recebendo crianças e jovens das escolas de Embu para as apaixonadas palestras de Tônia de Embu, ceramista e discípula de Sakai de Embu, cujas obras em terracota refletem a influência da cultura indígena e cabocla. No dia 27 de abrl, às 15h, o espaço sediará a apresentação do coral e dança mântrica dos índios Guarani, da Aldeia do Jaraguá. A entrada será um quilo de alimento não-perecível, que será revertida para a comunidade indígena. No Centro Cultural, a apresentação acontecerá nos dias 29 e 30 de abril, a partir das 15h.
Para quem quer apenas passear, o Museu de Arte Sacra é uma boa opção. A obra prima do museu, "Senhor Morto" esculpida em tamanho real em uma única tora de madeira, bem como as imagens de Nossa Senhora das Dores e da Santa Ceia, em roca, são da autoria do Padre Macaré. As demais peças expostas foram esculpidas por jesuítas auxiliados pelos índios. O tour tem a igreja como ponto alto: a sacristia, com pinturas de estilo oriental no forro e o altar da capela-mor ornado com talha dourada.
São, em sua maioria, imagens de anjos, santos e personagens bíblicos entalhados em madeira, modelados em terracota ou em armações em roca, produzidas entre os séculos XVII e XIX. Creditam a autoria da imagem da Nossa Sra. do Rosário, em terracota, ao Padre Belchior de Pontes, responsável pela construção da Igreja.
Centro Cultural Embu das Artes
Largo 21 de Abril, 29 – Centro
Tel. (11) 4781-4462
Funcionamento: todos os dias
Horário: das 9h até último evento
Museu do Índio
Rua da Matriz, 54, Centro – Embu das Artes
Tel. (11) 4704-3278
Funcionamento: de terça a domingo
Horário: das 10h às 18h
Visita monitorada, palestra e exibição de vídeos devem ser agendadas
Entrada: R$ 3 (menores de 7 anos e maiores de 60 anos não pagam)
Visitação Pública: de terça a domingo a partir das 10 horas. Para grupos de estudantes e turistas com visitação ao museu e palestra proferida por Walde-mar – somente com agendamento.
Museu de Arte Sacra
Endereço: Largo dos Jesuítas
Telefone: 4704-2654
Horário de funcionamento: terça-feira a domingo, das 9 às 17 horas
Visitantes adultos pagam R$ 2 e estudantes R$ 1. Aposentados não pagam. Escolas de Embu agendadas pagam R$ 0,50 por criança. No último sábado do mês, a entrada é gratuita.