Curso aprimora formação dos Agentes Comunitários da Saúde

20/01/2006 - 0:00
Curso aprimora formação dos Agentes Comunitários da Saúde
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Vai até fevereiro o Curso de Formação de Agentes Comunitários da Saúde, coordenado pelo Centro de Formação de Pessoal para a Área de Saúde (Cefor), de Osasco. Embu das Artes está entre os primeiros municípios a cumprirem a etapa formativa obrigatória destes agentes, cuja profissão foi criada em 2002. Nesta primeira etapa, o curso está sendo oferecido a 30 Agentes Comunitários de Saúde (ACS), representantes dos seis Centros de Atenção à Saúde da Família (Casfs) existentes no município.

O curso iniciado em setembro é constituído de quatro etapas de trabalho, compreendendo uma dimensão teórica e outra prática profissional, que aborda os temas Unidade de Saúde, Comunidade, Domicílio e Prática Supervisionada. Na terça-feira, 17 de janeiro, o grupo reuniu-se para cumprir a etapa que trata do domicílio, a casa das pessoas que eles visitam diariamente. Para entender esse ambiente fundamental no trabalho do agente, eles assistiram a dois filmes e trataram, prioritariamente, do tema Família.

Presente ao término da atividade, o prefeito Prefeito disse que tem confiança e esperança no Programa Saúde da Família e que o papel dos agentes é fundamental para garantir o atendimento da população mais necessitada. "Não tenho a ilusão de resolver todos os problemas da população, mas tenho a convicção sobre a importância das políticas públicas de governo defendidas por nós, e vocês são representantes dessas políticas", frisou.

O ACS deve morar na comunidade em que está vinculado à Unidade de Saúde que atende esta população. É alguém que se destaca na comunidade pela capacidade de se comunicar com as pessoas e pela liderança natural que exerce. Por isso, é considerado, dentro de suas atribuições, como um membro de alta importância no Programa Saúde da Família.

Entre suas tarefas está o contato permanente com as famílias, o que facilita o trabalho de vigilância e promoção da saúde, realizado pela equipe que inclui um médico, uma enfermeira e um auxiliar de enfermagem. Também é responsabilidade dos agentes realizar mapeamento de sua área, cadastrar as famílias e atualizar permanentemente esse cadastro, identificar indivíduos e famílias em situação de risco, orientar as famílias para a adequada utilização dos serviços de saúde e até agendando consultas, exames e atendimento odontológico; desenvolver ações de educação e vigilância à saúde e identificar parceiros e recursos existentes na comunidade que possam ser potencializados pela equipe.

Vida de Agente Comunitário de Saúde
Dona Maria Batista de Almeida tem 75 anos e cuida do marido, sr. Jorge Dantas de Oliveira, que completa 90 anos de idade em abril. Eles moram numa casa do Jardim Casa Branca e, apesar da idade, para chegar à rua têm de subir dois lances de escada, bastante íngremes. É com uma certa ansiedade e alegria que dona Maria recebe Regiani Lima de Oliveira, Agente Comunitária de Saúde, na tarde de 12 de janeiro. A equipe de visita está ampliada com as duas médicas do Casf Casa Branca, Ana Carolina e Juliana Rapoport, recém-contratada, e uma auxiliar de enfermagem.

Regiani é responsável por 215 famílias, tem mais 25 famílias cadastradas para incluir na sua relação e faz entre 12 e 15 visitas por dia. Ele está preocupada com a situação de dona Maria que não pode ausentar-se de casa porque o marido "fica desesperado quando ela sai, por exemplo, para ir ao posto". Então, o jeito é ir à casa dela para saber como está de saúde. Ela sofre de hipertensão e diabete controladas. Ás vezes fica ansiosa e a pressão sobe. Hoje está bem e quem não está muito saudável é o marido. O senhor Jorge sofreu um derrame, tem dificuldade para se locomover, tomar banho e se alimentar. Sua pressão arterial está alta, sofre de delírios e está com aspecto amarelado.

 A médica pede exames para saber como vai o seu fígado. Regiani anota tudo na carteirinha e avisa dona Maria que voltarão no dia seguinte para novos encaminhamentos. Se necessário, providenciarão a internação de senhor Jorge. A agente de saúde conversa, ainda, com a mulher que ajuda dona Maria nos afazeres domésticos, pergunta como vai seu humor, sua disposição física, a relação com o filho.

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