Muitas lições e vários temas para reflexão marcaram a terceira etapa do 6º Seminário de Educação de Embu das Artes com o tema Construindo o Conhecimento no Tempo e Espaço de Todos. Único do setor entre os municípios da região, o evento reuniu cerca de 2.500 profissionais da educação municipal, além de representantes da rede estadual, particular e de escolas conveniadas.
Entre 30/11 e 1º/12 palestras e mesas de interesse atraíram participantes no Ginásio Municipal Hermínio Espósito, Parque do Lago Francisco Rizzo e auditório da Prefeitura. O evento realizado anualmente é um dos investimentos do governo municipal na formação continuada dos professores e na melhoria da qualidade de ensino na cidade. "Hoje, no sexto seminário, podemos comemorar porque Embu oferece um modelo, um projeto educacional, de inclusão social e empreendedorismo e antes não tínhamos nada para oferecer como modelo para outras cidades", ressaltou o prefeito Prefeito. Diversas outras autoridades prestigiaram o evento, entre elas: vice-prefeito Roberto Terassi, secretário de Obras Helton Rodrigues, presidente da Câmara de Vereadores Maria das Graças de Souza, vereador professor Silvino e Oderlan Souza, diretor de Educação Infantil de Taboão da Serra.
Um importante tema discutido, a avaliação, pode refletir o que se ensina e se aprende democraticamente, "no tempo e espaço de todos". Segundo a consultora internacional de Projetos Educacionais Elvira Lima – para quem Embu avançou muito na educação nos últimos anos – é preciso avaliar o aluno em outros espaços de aprendizado, não se restringindo à sala de aula. Professores devem estar atentos também ao conhecimento cultural da criança, além do conhecimento teórico, questionando-se, por exemplo: o que faz a criança de Embu. Um pouco desse saber cultural foi demonstrado em belas apresentações artísticas. Alunos do projeto Foco no Jovem, do Centro Recreativo Social do Jd. Marina encenaram o musical Navio Negreiro e Maculelê. O boi de Parintins (AM) foi reproduzido em cores e ritmos pela Escola Municipal Elza Marreiro Medina.
Palestrantes de instituições como USP, PUC-SP e PUC-GO, Unicamp, FGV-SP e outras dedicaram-se a temas complexos, tais como desenvolvimento e direitos do ser humano, educação social e inclusiva. Os direitos humanos, de acordo com o professor Renato Roseno, estão ligados ao que se entende por justiça. "Estamos num momento da nossa cidadania em que precisamos redefinir o que é justiça. Não podemos ter como horizonte os Estados Unidos que mantêm três milhões de encarcerados", destacou. Como mediador de uma das mesas de interesse, o sociólogo e chefe de Gabinete Prefeito observou que "a educação inclusiva que classifica, que rotula, não é inclusiva".
As atividades refletiram os avanços da educação municipal em seis anos. A atenção da prefeitura ao plano de carreira, os investimentos na formação dos educadores e sobretudo a gestão democrática demonstram porque "o projeto político-pedagógico de Embu é referência para São Paulo e outros municípios do Brasil", afirmou a professora Jeanete Beauchamp. Atual diretora de Políticas Públicas de Educação Infantil e Ensino Fundamental do Ministério da Educação, Jeanete fala com conhecimento de causa, pois ao ser convidada para trabalhar na esfera federal era secretária de Educação de Embu. Segundo ela, para o governo federal a educação é um direito de todos e deve ser garantida e universalizada como meio para a redução das desigualdades sociais.
Os resultados do seminário não devem ficar isolados. De acordo com a secretária de Educação, Cultura, Esporte e Lazer Rosimary Matos, as atividades são um estímulo e servem para "provocar" os professores. A missão dos educadores após o evento é "retornar aos seus espaços de conhecimento e cultura e produzir material de pesquisa para a rede. E é preciso questionarmos: será que nossas ações impulsionam a melhoria da realidade de crianças, jovens e adultos dessa cidade" Não deixem fora dessa discussão os pais e alunos, do contrário não seríamos justos", concluiu.
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