Embu das Artes inicia Pacto de Alfabetização

11/04/2013 - 0:00
Embu das Artes inicia Pacto de Alfabetização
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A
educação em Embu das Artes avança para oferecer às crianças da cidade um ensino
público de mais qualidade, proposta defendida pelo prefeito Prefeito. Na
Aula Inaugural do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade
Certa
, realizada em 9/4, a secretária de Educação municipal, Lúcia
Helena Couto, fez considerações ao programa, que ela ajudou a criar no período
em que atuou no Ministério da Educação, chamou a atenção para o compromisso de
governantes, políticos, professores, pais, de todos, para a formação dos
pequenos e até radicalizou para justificar a importância do Pacto para Embu das
Artes e o País:

“Costuma-se dizer que filho de rico é
alfabetizado aos 5, 6 anos e que o do pobre só aos 8. Não se trata disso.
Estamos tratando de qual perfil terá essa criança ao fim do ciclo de
aprendizado. Estamos iniciando um processo de extrema importância para o País.
Tive o prazer de passar pela organização desse processo, como um dos gestores.
O Pacto é para consolidar o Ciclo de Alfabetização, que se faz em três anos,
dos 6 às 8 anos, num tempo de 600 dias letivos”, declarou.

Usou
a expressão “Jogar o bebê e a água do banho fora é um castigo”, para dar a
dimensão da perda que seria para escola, estudantes, pais, não insistir no
programa Ciclo de Alfabetização. “Por que é importante pensar e consolidar o
Ciclo de Alfabetização, feito em 1997, na Lei de Diretrizes e Base da Educação
Nacional (LDB)? Porque ele teve problema
na constituição, mas o País não se debruçou sobre ele, para avaliar se é bom ou
não. É uma concepção cara para nós, porque os conceitos pedagógicos que
aprofundam o Ciclo são de grande valor para o País.”

Segundo
a secretária, quem estudou a história da educação no Brasil sabe o mal-estar
que é a reprovação, que castiga a criança, a escola, a sociedade. “O Ciclo é a
melhor ferramenta que temos para manter a criança na escola. É a maior
estratégia de permanência escolar. Agora, para que se efetive, tem de ter
estrutura, para ajudar a criança a consolidar sua alfabetização, nos 600 dias
letivos.” A educadora também lembrou
que, 16 anos depois de ser criado, o Ciclo ganhou o apelido pejorativo de
“aprovação automática”, quando na
verdade é Progressão Continuada das Aprendizagens, que a criança tem direito,
na Matemática, na Língua Portuguesa, nas Ciências Humanas, na Arte, na Educação
Física, conforme documenta o Ministério da Educação.

Alfredina Nery destaca
mudanças

Aula inaugural do Pacto contou com
palestra de Alfredina Nery – professora universitária, consultora do MEC e
formadora do Pacto pela Universidade Federal de São Carlos. Ela abordou o tema
Alfabetização e Letramento e fez considerações gerais ao Pacto, o qual
representa mudanças importantes no sistema de ensino no País, ao reconhecer que
a criança brasileira tem o direito de estar alfabetizada até os 8 anos.
Alfredina Nery disse que outra mudança radical proporcionada pelo Pacto é que
até agora as instituições públicas de ensino não tinham assumido que é seu
dever formar seus professores.

“O Pacto foi feito pelos institutos de educação superior,
que são os IES, universidades públicas federais e estaduais. Antes de 2004, as
formações no Brasil eram feitas por instituições privadas, pessoas físicas, e
não por instituições públicas de ensino superior. A partir de 2004, quando foi
feita rede nacional de formação continuada, ocorreu o início de ruptura que faz
o Pacto. É mudança da política pública da educação. O reconhecimento do dever
de formar o professor”. O Pacto vem na linha que começou com o Pró-letramento,
com formação de professores alfabetizadores. Hoje, segundo ela, a própria
universidade corre atrás de professores alfabetizadores.

Acompanhamento pedagógico

Embu das Artes criou
recentemente um grupo gestor do Ciclo de Alfabetização, com 10 orientadores de
estudo e quase 30 coordenadores pedagógicos. Aliás, a cidade mantém o índice
incomum no País de um pedagogo por escola. O grupo, entre outras tarefas, já
iniciou a discussão da Provinha Brasil, avaliando qual instrumento o professor
poderá recorrer para formação das crianças, que em 2014 passam pela primeira
avaliação, determinada pelo Ministério da Educação.

A Secretaria de Educação formou o
primeiro módulo do Pacto na cidade, com 10 orientadores pedagógicos, que vão
acompanhar os 257 professores alfabetizadores para aplicação dos princípios do
Pacto, visando consolidar o Ciclo de Alfabetização. Ou seja, a função dos profissionais
será garantir que as crianças das escolas públicas estejam alfabetizadas até os
8 anos.

Os professores da rede
farão curso de treinamento com carga horária de 120 horas. Serão oferecidas
bolsas de estudos. Novos livros didáticos, obras de apoio ao professor,
recursos digitais e conteúdos multimídia específicos para a alfabetização serão
entregues aos municípios e Estados. Já está marcada para o dia 6 de maio aula
aberta, com palestra de Telma Ferraz, coordenadora das edições do Pacto.

O encontro contou com a presença de
professores da rede, de Cristina Mores, coordenadora municipal do Pacto; de
Alda Rebelo, secretária adjunta de Educação; do vereador Sandoval Soares
Pinheiro (Doda), presidente da Câmara, para o qual “o que faz o Pacto é o empenho
de todos”.

 

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