Embu das Artes está participando de mais um Revelando São Paulo, festival de cultura tradicional que reúne 170 cidades paulistas para mostrar ao público sua arte, música, dança, religião e culinária regionais, espalhados por estandes e em 12 ranchos tropeiros. Com o tema Festa do Divino, a 20ª edição do evento acontece de 29 de novembro até 3 de dezembro, das 9h às 21h, no Parque do Trote e no Mart Center (rua Chico Pontes, 1.500, Villa Guilherme, zona Norte de São Paulo) com entrada gratuita.
Com 15 integrantes, a Secretaria de Turismo, Cultura e Esportes de Embu das Artes montou um grupo para exibir aos visitantes, em seu estande, o maior legado da cidade, a arte e o artesanato, e contou com a visita do secretário estadual de Cultura, José Luiz Penna, e do diretor cultural da Abaçaí, Toninho Macedo, que estão à frente da organização do evento.
A comitiva embuense é formada por Helaine Malca, Célia Santiago, Luis Roberto, Tônia do Embu, Cláudio Scássio, Ademir (cerâmica), Ana Pinho, Olavo Camps, Meire Lopes, Renata Barros, (naif), Jofe dos Santos, Vavá (escultura), Lindáurea Sá (tecidos/colcha de retalhos), Itamar (trançados e cipó) e Mestre Zula (olaria). Os grupos de dança folclóricos de Embu das Artes farão apresentações no Revelando, entre eles, os Adoradores de Santa Cruz (1/12, às 10h), CIA de Santos Reis Marajoara (2/12, às 9h), Comunidade Jongo (2/12, às 18h).Veja aqui a programação completa.
Fala artista
Figura constante no Revelando, Olavo Camps é um pintor embuense atuante há 73 anos. Autodidata, produz arte naif (pintura ingênua) e também é ceramista, tapeceiro e utiliza material reciclado. Camps desenvolveu seu talento observando, buscando informações e, dessa forma, foi se aperfeiçoando. Ele defende a valorização dos artistas e de novos talentos da cidade e acredita que o festival é o lugar ideal para difundir as raízes tradicionais paulistas: “Aqui é uma explosão de cultura popular”.
Outra presença importante, a pintura Renata Barros conta que aprendeu seu ofício na cidade, ensinou a arte naif para seus filhos e quer fazer o mesmo com seus netos. Nascida em Embu das Artes, ela vê o Revelando como o mais importante encontro de divulgação da cultura regional. “Durante o festival, surgem convites de outros municípios para participarmos de projetos, por isso ele é fundamental para a arte não morrer e perpetuá-la às futuras gerações”, afirmou ela.
Pela primeira vez no festival, a artesã Lindáurea Sá tem a expectativa de que seu trabalho tenha boa aceitação. “Quero conhecer pessoas e artistas de outras localidades para trocar informações, aprender e ampliar a visibilidade artística de Embu das Artes”, disse.
Célia Santiago vai ao Revelando desde 1999. Ela descobriu seu talento quando veio morar em Embu das Artes, em 1995, e se deparou com a Feira de Artes e Artesanato: “Senti naquele instante que eu realizaria algo importante nessa cidade”, revelou. Desde então se interessou por arte, fez inúmeros cursos até se firmar na cerâmica, produzindo casaril em miniatura, no estilo que ela chama de arte naif tridimensional, retratando a realidade, flora, fauna, detalhes e a arquitetura de centros históricos brasileiros importantes como Paraty, São João Del Rey etc. “Devo meu aprendizado, linguagem e trajetória artística a Embu das Artes”, enfatizou.
Para Célia, o Revelando coloca tudo num lugar só, o que inevitavelmente acaba influenciando os municípios mutuamente e emocionando o público: “Já vi pessoas com lágrimas nos olhos nos agradecerem pela nossa generosidade em mostrar ao público os nossos trabalhos, e isso não tem preço”, finalizou.
A visitante Juliana Alves, filha de pais de nascidos no interior e amante de arte, ficou encantada com a beleza, simplicidade e detalhes da pintura naif e das miniaturas: “Bom ter esse evento para aproximar a cultura popular de outras regiões com a população da Capital, para essa riqueza não se perder”.