Encontro
firma parceria entre Prefeitura e famílias atendidas pelo PAA
O Prefeito de Embu das Artes, Prefeito, a secretária
de Assistência Social, Trabalho e Qualificação Profissional, Daniela de Almeida
Brito e comitiva visitaram a Cooperativa dos Agricultores Quilombolas do Vale
do Ribeira (Cooperquivale) na cidade de Eldorado no dia 7/10.
A visita teve por objetivo a apresentação dos
agricultores familiares que participam do Programa de
Aquisição de Alimentos (PAA) do Governo Federal e produzem alimentos que
são comprados pela Prefeitura de Embu das Artes e são utilizados no Restaurante
Popular, na merenda escolar e distribuído às famílias de baixa renda através do
Banco de Alimentos do município.
A equipe do governo municipal foi recebida na Câmara
Municipal de Eldorado pelo prefeito Eduardo Fouquet, a vice prefeita Ivanir
Beiber, a presidente da Câmara, Daniele Soares Lohn, o representante da
Sociedade Quilombola José Rodrigues da Silva e pelo representante do produtores
locais Yassuo Yamane. Durante o encontro,
o prefeito Prefeito falou sobre a importância do programa para melhorar a
auto estima do brasileiro.
“Estar aqui é uma grande emoção. E é uma emoção a mais
saber que as nossas crianças estão comendo produtos produzidos por comunidades
tradicionais quilombolas. Sabemos o quanto nosso País deve à população
afrodescendente. Hoje temos novos postos de trabalho dentro de um modelo de
gestão. Não foi gerada apenas uma fonte de renda, mas também melhoria da
qualidade de vida de cada um desses trabalhadores rurais”, disse. O prefeito também se comprometeu a marcar uma
reunião com os membros do Consórcio Intermunicipal Região Sudoeste de São Paulo
(Conisud) para estimular as outras cidades a comprar do PAA.
Cláudia Sobrinho e Jussara Machado, integrantes da
comitiva, representaram a sociedade civil de Embu das Artes e a Comunidade de
Matriz Africana da cidade, entregando como lembrança um punhado de sementes
representando esse laço criado. “Queremos ainda mais frutos”, disse Cláudia.
A visita
O grupo seguiu então para Associação Quilombo de
Ivaporunduva, que fornece banana orgânica para a merenda escolar da cidade.
“Muitas vezes, a banana chega verde até as escolas e muitos reclamam. Mas,
apesar da cor da casca, elas estão doces e macias devido ao processo de
climatização pela qual as frutas passam”, disse Célia Balsi, coordenadora do
Departamento de Alimentação Escolar e presidente do Conselho Municipal de Segurança Alimentar (Comsea).
Na Comunidade Quilombo de São Pedro, a equipe foi
recebida pelo seu vice presidente, o senhor Aurico Dias, que falou das dificuldades
enfrentadas pelo quilombo, além de sugerir novas parcerias para a compra de
implementos agrícolas. “Podemos trabalhar e produzir ainda mais com esses
equipamentos novos”, falou. A especialidade daquela comunidade é a pupunha e
antes do PAA, as famílias faziam extração ilegal do palmito Jussara, em extinção.
Hoje, praticamente 100 % das pessoas que trabalham na lavoura tem cursos para aprender a
plantar e processar o palmito de
pupunha”.
Muitas famílias, que viviam com extrema dificuldade, foram beneficiadas. “O programa
mudou nossa vida, principalmente das mulheres da comunidade, que viviam sem
trabalho. Hoje, elas colocam a mão na roça, no artesanato e também ganham”,
disse o senhor Aurico.
O último quilombo visitado foi o Sapatu, que conta com
mais de 70 famílias e possui oficina de artesanato
de fibra de bananeira, uma importante fonte de renda complementar. Além disso,
também realiza o plantio de feijão, batata-doce, cará, cana, mandioca, milho e
banana.
As comemorações religiosas e culturais mais expressivas
são a reza do terço, missas, cultos e as festas juninas. Existem ainda a “Nhá
Maruca”, dança tradicional da comunidade onde os homens sapateiam com tamancos
de madeira, acompanhados pelo som da viola, enquanto as mulheres conduzem a
dança, e a “Graciana”, brincadeira de improviso de versos que os antigos faziam
durante os bailes.
Dona Sebastiana, moradora do Sapatu e produtora de
banana, emocionou-se ao falar do programa: “isso mudou totalmente nossa vida.
Olho para trás e fico orgulhosa do que fazemos.”
O Programa na Cidade
Através do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA),
desde abril de 2010, a Prefeitura de Embu, por meio da Secretaria de
Assistência Social, Trabalho e Qualificação Profissional e da Secretaria de
Educação, adquire produtos da agricultura familiar. Esses itens são
disponibilizados para acrescentar as cestas de alimentos, distribuídas
semanalmente às famílias atendidas pelo Banco de Alimentos, com maior variedade
e qualidade. Apenas este ano, a Secretaria de Educação adquiriu 44 toneladas de produtos das comunidades quilombolas, num valor de R$ 42.874, e a Secretaria de Assistência Social recebeu, por meio de doação simultânea, através da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), 10 toneladas.
Para isso, o PAA utiliza mecanismos de comercialização
que favorecem a aquisição direta de produtos de agricultores familiares ou de
suas organizações, estimulando os processos de agregação de valor à produção. Esta
ação é uma forma de garantir o direito humano à alimentação adequada e uma
parte significativa dos alimentos disponibilizados a esses grupos é originada
da agricultura familiar.
Em Embu das Artes, mais de mil famílias são beneficiadas
semanalmente pelo Banco de Alimentos. O Restaurante Popular serve 1.300
refeições por dia e a alimentação escolar, 65 mil. Isso é possível graças ao
trabalho desses agricultores que participam do PAA e colaboram com o enfrentamento da fome e da
pobreza no País.
Na equipe que acompanhou o prefeito e a secretária estavam
Cristiano Donizete, coordenador do Banco de Alimentos de Embu das Artes, José
Reinaldo de Morais, responsável pela Política de Segurança Alimentar Municipal,
Célia Balsi, Maria Iolanda da Silva, assistente do Banco de Alimentos, Cisnai
Camargo de Toledo, nutricionista responsável pelo Restaurante Popular, Marisa Araújo, assessora da Assessoria de
Promoção da Igualdade de Gênero e Raça de Embu das Artes, Cláudia Sobrinho e
Jussara Machado.
Veja aqui o vídeo da
visita.
