Alguns números chamam a atenção quando se trata da saúde em Embu. Em 2007, o gasto total com a área, em nível municipal, foi superior a R$ 40 milhões, sendo 29% recursos do governo federal e 70% do tesouro municipal. Considerando-se os 237 mil habitantes, foram mais de dois procedimentos de enfermagem por habitante só nos dois últimos trimestres do ano passado, totalizando 617.199 atendimentos.
Os dados foram apresentados na Audiência Pública de Saúde 3º e 4º Trimestres de 2007, no dia 19 de março, na Câmara Municipal de Embu, atendendo a Lei Federal nº 8.689, de 27/7/93, artigo 12, e a Emenda Constitucional nº 29. O resumo dos indicadores foi gerado automaticamente a partir das informações prestadas pela administração municipal ao Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Saúde (Siops) e visa a facilitar o entendimento do setor e contribuir para o avanço constante do controle social do Sistema Único de Saúde (SUS) no município.
Para vereadores, servidores municipais e representantes da comunidade presentes, o secretário de Saúde, dr. Jorge Harada, também revelou que nos dois trimestres foram mais de um milhão e meio de procedimentos gerais em todas as Unidades de Saúde de Embu, sendo o maior número de atendimentos realizado na UBS São Marcos, com 161.979 procedimentos gerais. Os dois pronto-socorros foram responsáveis praticamente por um terço desta produção, ou 489.314 atendimentos.
Segundo Harada, foram feitas 61.122 visitas domiciliares dentro do Programa Saúde da Família (PSF) e Programa de Agentes Comunitários de Saúde (Pacs). O município tem hoje sete Centros de Atenção à Saúde da Família (CASFs), nove equipes de Saúde da Família, sete equipes de Saúde Bucal, um Pacs e 74 agentes comunitários de saúde. Na saúde do adulto, o município fez 63.152 atendimentos, sendo 56 mil de retorno.
Perguntado sobre a falta de médico ortopedista no PS Central, o secretário afirmou que o município sofre de dificuldades no atendimento, na área de especialidades, que estão relacionadas à falta de certos profissionais no mercado de trabalho, mas também à gestão da Secretaria Estadual de Saúde, como por exemplo, no atendimento de ortopedia no Hospital Geral do Pirajussara (HGP), que está sob gestão estadual. "O HGP não pode atender a demanda somente de acordo com a lógica do serviço, mas com a necessidade da população", advertiu, lembrando que existe um processo permanente de negociação para aumentar o acesso aos serviços prestados pelo hospital em várias especialidades, entre eles, a ortopedia, “e temos conseguido avanços significativos nesta pactuação permanente”.
Ainda, segundo Harada, existe a necessidade de se fortalecer o controle e participação social nos serviços que estão sob gestão estadual. Neste sentido, "temos que lutar para que a lei estadual que estabelece a implantação dos conselhos gestores das unidades estaduais seja colocada em prática com a maior brevidade possível", defendeu o secretário para que possa haver este diálogo permanente com a população da região. O HGP teria um conselho composto por usuários de Taboão da Serra e Embu, representantes dos trabalhadores e gestores, de forma paritária. Jorge Harada também é membro do Conselho Estadual de Saúde e disse que está havendo uma intermediação do conselho junto ao governador José Serra para aplicação da lei.