A emoção e a competência foram os grandes destaques da programação musical e cultural do 2º Natal das Artes. Quem passou pela histórica Embu das Artes se emocionou com apresentações como a da Orquestra e Coral da Sociedade Pró-Música Sacra, do vocal à capella da Banda Perseptom, da vivacidade de Ditinho, da Congada de São Bernardo, da alegria contagiante do chorinho tocado pelo vibrafonista André Juarez e a Banda Gato Preto, pelo som mágico do sitarista Marcus Santurys e pela delicadeza e bom gosto de O Populário. Acompanhada pelos secretários Paulo Gianinni (Governo) e Renato Gonda (Turismo), a programação gratuita do 2º Natal das Artes prossegue até o dia 24 de dezembro.
"Estamos fazendo história em Embu que já é conhecida pelas artes plásticas e em breve será respeitada também pelas artes musicais", profetizou Wilma Abondanza, regente do Coral Cantares ao Meu Povo e coordenadora musical do 2º Natal das Artes, para uma Capela de São Lázaro lotada. A capela ganhou ares de catedral com a apresentação do grupo O Populário, um talentoso grupo de jovens que busca inspiração no fecundo universo da cultura popular do nosso país e de povos de outras partes do mundo. O grupo faz uma sigular união de vozes, violino, violão, percussão, xilofone, trompete e harpa paraguaia. Adicione-se a isso um rico diálogo com a dança e momentos sublimes de performance. E uma viagem ao mundo dos sonhos com as vozes afinadas de Amanda Moraes, também violonista e compositora e de Renata, que encantou interpretando a canção de ninar japonesa Itsuki no Komoriuta. No repertório, também músicas flamencas e africanas, entre outras.
A Congada de São Bernardo chegou sambando pela Feira de Embu das Artes, encantou turistas e ainda fez uma linda homenagem em frente à Palhoça de Arte ao Vivo ao pintor Aurino Bonfim, falecido recentemente. Ao som do Canto das Três Raças, gravada por Clara Nunes, os congadeiros deram vivas ao folclore brasileiro, a Nossa Senhora do Rosário e àqueles "que passaram à outra vida". Aurino também foi lembrado durante a apresentação do violonista Luciano Lima, na Capela de São Lázaro. Wilma Abondanza, cantou Ave Maria, de Schubert.
No Centro Cultural, a Banda Perseptom mostrou porque vem ganhando espaço no mercado de música brasileira. Afinadíssimos, cantaram, à capella, e pareceia que o auditório do centro cultural estava repleto de músicos e seus instrumentos. Tudo produzido pela capacidade vocal dos sete integrantes da banda. Um arraso.
Na Igreja Nsa. Sra. do Rosário, a emoção provocada pela boa música ficou por conta do Coral Pró-Música Sacra de São Paulo, sob a direção artística de Muriel Waldman e Teresa Schnorrenberg. O som de violinos, violas e cellos ecoaram na acústica da igreja do século 17, que ficou em silêncio para ouvir os sopranos, contraltos, tenores e baixos do coral nas apresentações de Te Deum e Internatus Mulierum, do compositor W. A. Mozart.
Nininho de Uauá deu o toque popular ao Natal das Artes. E de canja ainda trouxe os renomados Gereba e João Bá para botar fogo nos amantes do forró e da música e poesia popular brasileiras. Inesquecíveis também Téo Azevedo, Luis Branco e violeiros, a Congada de Cotia, o Duo de Naipes – Flautas e Clarinetes, sem esquecer da Banda Municipal de Embu das Artes, a Dança Cigana de Embu e a 4ª Peregrinação Cigana de Santa Sara Kali, a santa dos ciganos, até o Espaço Mataganza, a 7 km do centro histórico da cidade.