A
beleza dos mosaicos de pedras semipreciosas brasileiras, feitos por religiosos
gregos
De 17 a 31 de março, Embu das Artes apresenta uma
exposição diferenciada, tanto pelos autores dos trabalhos quanto pelo material
utilizado. As peças de mosaico que integram a mostra foram produzidas por
religiosos, inspirados em mosaicos dos séculos 10 a 15 e feitos com pedras
semipreciosas brasileiras.
“Ao chegar ao Brasil e querendo divulgar a milenar arte bizantina,
percebi a riqueza do subsolo brasileiro em pedras semipreciosas. Formei uma
equipe, com religiosos que tinham o dom
da arte plástica, para produzir ícones bizantinos de mosaicos com essas pedras,
em corte capuchon. Esses mosaicos são réplicas dos séculos 10, 11, 15 e têm,
pela variedade das cores, as verdadeiras tonalidades bizantinas nas pedras
brasileiras – ametista, rubi, esmeralda, topázio imperial, ágata, lápis-lazúli,
cristais e outras” –, diz dom Athanasios I, arcebispo primaz do Brasil
e América Latina, presidente mundial da Igreja Ortodoxa Grega da Diáspora, com
sede no Bom Retiro, em São Paulo, SP.
O mosaico era utilizado pelos gregos antes da era cristã
para ornamentar pisos de palácios e templos, com temas da natureza e mitologia.
A Igreja Ortodoxa Grega o utiliza em sua vida litúrgica para representar os
santos. Essa intimidade com o mosaico levou o arcebispo a desenvolver com sua equipe o mosaico com
pedras semipreciosas.
“No passado, o material
usado para fazer os mosaicos eram pastilhas de azulejos de diversos tamanhos e
cores. Em alguns casos, usavam pastilhas de ouro ou prata”, explica dom
Athanasios I. No mundo religioso, há
outros mosaicos famosos, como os da Catedral de Santa Sofia, em Constantinopla,
de Ravena, na Itália, no monastério São Lucas, em Thivas, na Grécia, no monastério
de Dafni, em Atenas, e muitos outros. Além dos temas bizantinos eclesiásticos, são
produzidos outros, como natureza morta, paisagens, pássaros, etc.
Homenagem ao artesão
“Com muito prazer, apresento em nome da minha
Arquidiocese Grega da Diáspora no Brasil no Dia do Artesão, com a valiosa
colaboração da Prefeitura de Embu das Artes, através da Secxretaria Municipal
de Cultura, este trabalho único no mundo e que representa a união de dois povos”,
finaliza o arcebispo.
A exposição ficará no Centro Cultural Mestre Assis de Embu
das Artes (Largo 21 de Abril, 29) até
31/3 e poderá ser visitada todos os dias, das 9 às 17h. Abertura no dia 17/3,
19h.