O frio e a garoa do domingo, 27/7, não atrapalharam o Festival de Calouros Arte pela Diversidade. O Parque Francisco Rizzo, onde foi realizado, funcionou com alta rotatividade durante todo o dia, com pessoas chegando e saindo depois de prestigiarem a sua atração, seja no palco, seja na feira solidária montada ao lado dele. O programa, como sempre, incluiu exposição e venda de artesanato, além de shows de música, dança, brincadeiras e performances feitos por colaboradores e pelo pessoal que frequenta o Centro de Convivência Conviver, Centro de Atenção Psicossocial (Caps) e Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps AD).
Com articulação do Conviver e da Secretaria Municipal de Assistência Social, Trabalho e Qualificação Profissional, o festival é um evento intersecretarial do Governo de Embu das Artes, envolvendo secretarias municipais e outros setores de atendimento a essa população. A proposta é criar oportunidade de inclusão social, com feira de trabalho, de geração de renda e economia solidária, oferecendo cultura, diversão e incentivando a convivência entre os diversos públicos.
O Festival de Calouros é um projeto contém núcleos como Gerando Ideias, Show com Arte, Brasileirinhas e Maluco Beleza, que incentivam a participação, segundo Maria Carolina dos Santos Cruz Pacheco, da gerência do Conviver. E os benefícios são muitos para quem participa, a exemplo de André, um cabeleireiro de 36 anos que tenta deixar as drogas, ajudado pelos pais, e de Ivair, 65, casado, dois filhos, neto, mecânico de máquinas industriais, de invejável currículo, que agora, aposentado, se fortalece produzindo artesanato para afastar-se do alcoolismo. “Essa é uma das melhores terapias”, diz. Já para André “o trabalho mantém a mente ocupada e ajuda no tratamento contra a droga, sem internação”.
Participação de outras cidades
A Associação Casa do Artesão, Ponto municipal de Cultura, participou com exposição e venda de várias peças produzidas na oficina de reciclagem da artista plástica e artesã Odete Sherer, que ensina pintura e artesanato feito de reciclados. Assim como a professora Odete, que também dá aula na Universidade de São Paulo, o cantor de rap Fel Lee (Felipe dos Santos), 21 anos, faz o seu trabalho voluntário para o Festival de Calouros. Participou como cantor de rap, gênero que exige “mente pensante” e que quem se dedica a ele deve “enxergar além do que os outros enxergam”, e foi muito aplaudido.
O evento também contou com a participação de grupos das cidades de Itapevi, Osasco, Taboão da Serra e São Paulo. A técnica de enfermagem e coordenadora do Grupo de Geração de Renda do Caps Osasco, Vanessa Laís, confirma os bons resultados de um festival como esse para os dependentes químicos, que têm assim um espaço para expor e comercializar o artesanato que aprendem a fazer durante o tratamento. “Eles fazem cadeiras, mesas, vasos, pufes de material reciclado (jornal, garrafa de papelão, filtro de café usado). Estamos com três neste grupo. Tínhamos outro grupo de seis pacientes, mas já tiveram alta”, conta.
Vencedores do festival
No palco do Festival de Calouros foram apresentadas mais de 70 atrações, nas categorias de Dança e Poesia, Música e Trabalhos Manuais. Todos os participantes receberam certificado. Os melhores, indicados pelos três grupos de jurados, incluindo o formado por Kátia Paiva (coordenadora de Saúde Mental, da Secretaria Municipal de Saúde) e Tônia do Embu (coordenadora do Memorial Sakai), também ganharam brindes. Eis os vencedores:
Dança e Poesia: 1º – Grupos Raio de Sol, em Dança, e do Centro de Convivência do Idoso (CCI), em coreografia; 2º – Olgaldina; 3º – Dançarte; 4º – Dance Art; 5º – F. G. Break (Fábio); 6º – Roberto Oliveira de Moraes; 7º – Alma Cigana; 8º – Sara Kali; 9º – Ultimate Sight
Música: 1º – Júlio César dos Santos; 2º – Adenir Nogueira; 3º – Musicare; 4º – Fernanda Moura; 5º – Cláudio Vieira; 6º – Felipe e Isabela Rufino; 7º – Daniele Cristina Pinto do Nascimento; 8º – Tífani Marcarela; 9º – Maria Naora da Silva; 10º – Coral da Terceira Idade; 11º – Ma Whoy; 12º – Tecno-olímpio; 13º – Banda Morcego Verde; 14º – Sônia Maria Fernandes; 15º – Daniel de Jesus e Banda Som e Promessa; 16º – Valdomiro Antônio da Luz; 17º – Adriano Vieira Rocha; 18º – Oficina de Violão Conviver e Gabriel Oliveira Rosa; 19º – Ricardo Alivis; 20º – Júlia Rosa; 21º – Grupo Último Lugar; 22º – Amanda Garcia; 23º – Renato
Trabalhos Manuais: 1º – Ana Lúcia dos Santos Moura; 2º – Arte em Reciclados; 3º – Talita; 4º – DE; 5º – Paulo Vits; 6º – Jucileide Barbvosa de Freitas Umetsul; 7º – Patrícia Dias de Oliveira