Colecionadores e aficionados a procura de raridades e outros ‘achados’ entre os LP’s de vinil estiveram, durante todo o final de semana (10 e 11/4), no Centro Cultural Mestre Assis do Embu. O “Loucos por Vinil” – 8º Encontro de colecionadores de discos teve público vindo da cidade, da região e de vários bairros de São Paulo, além de turistas que passavam pela Feira de Artes de Embu.
Esse ano, o tema escolhido para homenagens foi o rock brasileiro dos anos 1970, relembrando grandes artistas que passaram pela cidade na época como Novos Baianos, Rita Lee, Hermeto Pascoal, e a própria banda Made in Brazil, que foi a atração de encerramento dessa edição. A programação de shows teve ainda bandas locais e paulistanas: Autosonora, Cosmo Drah, Tomada, Nome Provisório e Kim Kehl e os Kurandeiros, todas com repertório que reverencia o som daquele tempo.
Os expositores trouxeram milhares de discos de músicas em todos os ritmos e estilos, além de vídeos de shows antigos. No entra e sai de pessoas, o evento movimentou centenas de visitantes, atraídos também pelo som dos toca discos na entrada do Centro Cultural.
O programa teve ainda a exposição “A Arte de Embu em Vinil”, com mais de 30 artistas plásticos renomados da cidade usando os discos descartados como base para expressar diversas técnicas. Pinturas e outras instalações ilustraram a entrada do centro de exposições.
No encerramento, o auditório ficou repleto de fãs do rock, embalados por “Minha vida é rock’n roll” e “Paulicéia desvairada”, sucessos da banda Made in Brazil. Osvaldo Vecchioni, líder do grupo falou da satisfação de voltar a se apresentar em Embu das Artes e ressaltou o incentivo do governo da cidade para eventos como esse, que mantém vivo o rock brasileiro e a legítima cultura musical paulista.
Entre tantas feiras de vinil espalhadas pelo País, os visitantes destacam a atmosfera de Embu das Artes como diferencial. Já os expositores, muitos deles frequentadores desde a primeira edição do encontro, o “Loucos por Vinil” é uma oportunidade de investimentos, pois tem o caráter menos comercial. “Aqui as pessoas aparecem trazendo algo do “fundo do baú”, discos que os avós deixaram e nem têm noção do valor”, explica Genivaldo Ferreira, que atua há 40 anos nesse mercado.
Uma das raridades que o expositor Ernando Vieira mostrou no encontro foi o álbum do grupo de surf music dos anos 1970 “Rubens & the Barrichellos”. “Essa foi uma peça que vendi e depois consegui recuperar para nunca mais se desfazer dela”, disse o colecionador. Outra curiosidade é a peça de maior valor em exposição, o primeiro disco de Roberto Carlos, único que não tem o rosto dele na capa, à venda por R$ 3 mil reais.
Um grupo de amigos liderado por Clélia Nascimento (Vila Maria), Paulo Henrique de Alencar (Santo André) e Vera Lúcia Nascimento (São Miguel), se organizou para o evento e programou um encontro no Embu. Empolgados, falaram de suas raridades, especialmente em MPB, e da música como principal assunto que mantém a amizade de décadas. Entre os mais animados estava Cacilda dos Santos João, de 75 anos, moradora de Embu, que se declara “fã do rock’n roll desde meninha”.