A Educação Inclusiva é atualmente um dos maiores desafios do sistema educacional. Para debater o tema, 15 municípios paulistas (Barueri, Embu, Embu Guaçu, Guarulhos, Itapecerica da Serra, Jandira, Juquitiba, Mogi das Cruzes, Osasco, Santos, São Carlos, São Lourenço, São Paulo, Suzano e Teodoro Sampaio, da região do Pontal do Paranapanema), participaram do Fórum Estadual de Educação Inclusiva, dia 7 de julho, no Parque do Lago Francisco Rizzo, em Embu das Artes. Segundo o prefeito Prefeito, o papel da administração é fazer políticas públicas para todos e um evento como o Fórum enriquece, ainda mais, a discussão. Para a secretária de Educação, Cultura, Esporte e Lazer, Rosimary de Matos, "uma das diretrizes que norteiam o atual governo é promover a inclusão social e combater a miséria".
Embu possui atualmente 384 alunos que apresentam algum tipo de deficiência, incluindo Educação de Jovens e Adultos (EJA) e Movimento de Alfabetização de Adultos (MOVA), nas escolas regulares. Em complementação ao trabalho, é oferecido suporte pedagógico no conceito escolar a professores, educadores e familiares, a fim de promover o desenvolvimento das potencialidades dos deficientes através da Sala de Apoio à Inclusão do Deficiente na Escola (SAIDE). Além disso, há uma escola especial (Centro Educacional Armando Vidigal) que atende 122 crianças e adolescentes.
A abertura do evento ficou por conta da representante do Fórum Permanente de Educação Inclusiva, Liliane Garcez. Em seguida, as mais de 300 pessoas presentes assistiram a palestra da professora doutora da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas, Maria Teresa Eglér Mantoan, que explanou sobre a educação inclusiva. Segundo Maria Teresa, não é por decreto que a inclusão se dá e sim por consciência. "A nossa Constituição garante desde 1988 o acesso de todos ao Ensino Fundamental, sendo que alunos com necessidades especiais devem receber atendimento especializado – preferencialmente na escola -, que não substitui o ensino regular", disse. A educadora falou também sobre a educação especializada como forma de complemento aos estudos: "Só existe um tipo de escola, a que faz educação escolar e não especializada. O atendimento especial não se dá durante o período de aulas e sim no período oposto, pois quem ensina braile, ensina o código e não Português e Matemática". Para as mães presentes ela alertou: "Ninguém é aceito, ocupa apenas. O aluno especial não tem de ser aceito, o lugar é dele". Sobre uma escola inclusiva, Maria Teresa argumentou: "Não existe aluno de inclusão numa escola inclusiva. Todos são iguais".
Na ocasião, foi elaborada uma moção de repúdio à Secretaria de Educação Inclusiva do MEC contra a paralisação das ações de formação de gestores na cidade de São Paulo, que cogitava ser o município pólo. Embu e Suzano foram indicadas para substituir a capital paulista e difundir o Programa de Educação Inclusiva. O evento contou com a participação do vice-prefeito de Embu, Roberto Terassi, profissionais das áreas de Educação e Saúde, entidades, pessoas com necessidades especiais e a sociedade civil.