Este será um ano marcante na vida de Elizabete Cristina Gonçalves Constantino, 26 anos, e de seu filho Mateus Cristiano, 12. A vida deles começou a mudar neste mês, com apoio da Secretaria de Assistência Social, Trabalho e Qualificação Profissional, por meio do Centro de Referência de Assistência Social (Cras) Pinheirinho, e do Fundo Social de Solidariedade do município, presidido por Daniela Santos de Almeida Brito, que visitou a família, em 6/2. Com apoio da assistência social, Elizabete, que é atendida pelo Cras desde 2013, se sentiu mais segura para buscar um lugar para viver com os filhos. Já está instalada com Mateus na dependência de caseiro de uma chácara, “com água e banheiro”, e se prepara para buscar outros dois filhos, de 4 e 2 anos, na Bahia.
“Famílias em situação de extrema pobreza que atendemos são cadastradas inicialmente pelo Cras, que nos encaminha casos como este”, disse Daniela. É atenciosa com Mateus, que se recusa a ir à escola depois de, segundo ele, ser discriminado pelos colegas na EM Jequitibá, por não ter roupas e sapatos. Mateus acabou de entrar na escola e ainda vai receber uniforme, além do kit escolar, doados pela prefeitura às crianças da rede municipal. O uniforme ajuda a combater esse tipo de bullying, questão que é monitorada nas escolas, de acordo com o secretário de Educação, Paulo Vicente. “Ao sermos notificados, investigamos, avaliamos e procuramos atuar para conscientização dos alunos”, diz.
O adolescente festeja de forma comportada o recebimento dos pares de tênis e das roupas. A mãe está feliz por receber também os cobertores doados pelo Fundo Social. “Agora ele poderá ir para a escola. Não estava querendo ir, alegando que não tinha sapato”, conta a assistente social Odária Rodrigues dos Santos, coordenadora do Cras Pinheirinho. Ela e sua equipe monitoram a família, entre muitas outras residentes na comunidade Zé Mineiro, desde a busca ativa, aquela em que a equipe do Cras vai até os locais onde vive seu público-alvo. Esse trabalho é feito pelo Cras e pelo Centro de Referência da Mulher (CRM), ambos ligados à Secretaria de Assistência Social, e pela Secretaria Municipal de Saúde.
Além do Zé Mineiro, o Cras Pinheirinho atende os bairros Santa Clara, Santo Antônio, Marajoara, Jd. Pinheiros, Pataxós, Embu Mirim, Quinta do Morro e o próprio Pinheirinho. A média mensal de atendimento é de 400 pessoas, que procuram a unidade ou são trazidas pela busca ativa. “O Zé Mineiro é um território afastado de toda a comunidade e há vários tipos de casos, como os de saúde e habitação. A busca ativa ocorre uma vez por semana em cada Cras, que trabalha dentro da comunidade. O principal é que se trabalha todos os membros da família (há muitos casos de dependência química)”, informa a secretária de Assistência Social, Trabalho e Qualificação Profissional, Roberta Santos.
Trabalho conjunto de Fundo e Cras
Daniela Brito, durante a visita à família, destaca que realiza um trabalho de assistência e inclusão social em conjunto com o Cras. “Prestamos assistência, encaminhamos quando necessário, fazemos doações com o que adquirimos em campanhas e com ajuda dos nossos parceiros. Fazemos atendimento de pessoa que primeiro passa pelo Cras, que realiza a triagem, o levantamento das necessidades e o monitoramento da família.” De acordo com a presidenta do Fundo, esse tarefa conjunta, entre o Fundo e o Cras, torna mais eficaz o auxílio às famílias.
E não são poucas as famílias monitoradas, de cada pessoa que chega para atendimento, nas seis unidades Cras da cidade. A finalidade de promover o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários, bem como o acesso aos direitos. Segundo a secretária Roberta Santos, o Cras trabalha dentro do Programa de Atenção Integral à Família (Paif) e é principal porta de entrada do Sistema Único de Assistência Social (Suas). A cada pessoa atendida é preciso envolver todos os membros da família, o que é indispensável na maioria dos casos. Há um grande número de dependentes químicos, que vivem em situação muito precária ou de rua. “O Cras São Marcos, que abrange 25 bairros, atende 150 pessoas por dia. A maioria é de dependente de álcool e drogas e para fazer atendimento precisamos monitorar toda a família, através do Cras e Centro de Atenção Psicossocial de Álcool e Outras Drogas (Caps). Desde 2009, início desta gestão, temos conseguido bons resultados”, informa.
Uma das funções do Fundo Social de Solidariedade é captar recursos e investir em projetos sociais para melhorar a qualidade de vida dos segmentos mais carentes da população. Seus programas e ações visam o resgate da dignidade humana, a capacitação artesanal e profissional, a geração de renda e a elevação da autoestima. Para realizá-los conta com a iniciativa privada, órgãos do governo e sociedade civil. Promove Cursos Artesanais Ocupacionais (boneca, tricô, crochê, vagonite, ponto cruz, tapeçaria, hardanger, trançado em fita, patch apliquê e corte e costura), gratuitos e com materiais cedidos, com o objetivo de socialização e terapia ocupacional. Um parceiro do Fundo Social participa de projetos e campanhas, divulgando a sua marca. Informações: telefone (11) 4785-3690.