Informática sem barreiras

05/06/2009 - 0:00
Informática sem barreiras
Acessibilidade

O “ratinho” parecia de verdade, prestes a morder. Havia o medo do desconhecido, de quebrar algo, de não saber. Essas e outras barreiras já não existem mais para os 20 estudantes formados na quarta turma do curso de Inclusão Digital e Social para o Mercado de Trabalho, oferecido pela Associação dos Moradores da Região do Jardim Independência (Asmoreji) em parceria com o Governo da Cidade de Embu das Artes, e patrocínio da Petrobrás que através do projeto Casa Brasil montou a sala digital. A formatura foi realizada dia 29/5 na sede da entidade.

Em pouco tempo, palavras como mouse – rato em inglês, termo adotado pela semelhança do bichinho com o objeto auxiliar do teclado – passaram a fazer parte do vocabulário desses estudantes. O mundo virtual, antes desconhecido, agora encanta Berenice Costa da Silva. “Perdemos o medo do computador. Antes, parecia que o mouse ia morder. Agora, a gente pode levantar a cabeça para procurar serviço. Sou mãe de família, dona-de-casa, não é fácil”, avaliou a dona-de-casa. Sua colega Maria da Cruz Silva Soares resumiu: “morria de medo de chegar em frente a um computador e tive a oportunidade. Hoje, não preciso de ajuda. Computador não é pra ter medo, é pra gente fazer uso dele”.

A turma de formandos surpreendeu pela idade média, acima dos 30 anos. Donas-de-casa, que nunca haviam sequer ligado um computador, expressavam sua alegria. “Aprender a entrar na internet foi muito importante. Sempre tive vontade de pesquisar, ler notícias e não tinha condições. Eu nunca tinha ligado um computador na minha vida. Pegava o ‘mouse’ e dizia ‘esse ratinho ta rápido demais. Agora, vejo os sites, sou da Bahia então busco notícias de lá”, revelou Maria da Conceição Pereira do Nascimento, 41 anos, residente há 21 no Jardim Fabiana. Mãe de uma jovem de 15 anos, ela afirma que seguirá adiante, aprendendo. “Vou continuar em casa e ano que vem vou fazer um curso avançado. Não posso parar”, conclui com sabedoria.

O curso gratuito de informática representa também a chance de conquistar um emprego. “Agradeço a oportunidade. Só senti o quanto é importante a informática quando bati as portas do emprego. Todos nós devemos levar esse aprendizado e ter acesso ao mercado de trabalho”, disse Maria Auxiliadora da Silva.

Com duração de três meses e aulas de duas horas, duas vezes por semana, o curso ensina os fundamentos básicos dos programas Windows e Linux (sistema operacional com licença de uso gratuita). Em caráter experimental, uma turma com 15 estudantes da terceira idade está fazendo o curso há dois meses. Se alcançados resultados positivos, o projeto-piloto pode se tornar um curso permanente. “Pessoas da melhor idade estão aprendendo. Nunca é tarde”, ressaltou a vereadora Ná, presente ao evento que contou também com o vereador João Leite. Ela afirmou ainda que o curso foi fruto de um projeto apresentado pela Asmoreji e através do “governo federal aqueles que têm vontade de aprender e não tinham condições puderam realizá-lo”.

As inscrições para a próxima turma estão abertas e vão até 15 de junho. A Asmoreji fica na rua Jaçanã, 138 – Jardim Fabiana. Informações pelo telefone 4782-4794, das 8 às 17h.

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