Cumprindo mais um compromisso assumido a partir da demanda levantada pela população na Conferência Municipal de Saúde, o Governo da Cidade de Embu das Artes, lançou na quarta-feira, 20/10, a Assessoria Saúde da População Negra. A iniciativa é pioneira no Estado de São Paulo e uma das poucas realizadas no Brasil. Apenas cinco capitais contam com esse serviço: Porto Alegre (RS), Recife (PE), Salvador (BA) e Belém (PA).
Para o prefeito Prefeito, isso representa mais um avanço na gestão democrática com a proposta de políticas públicas que atenda a toda a população respeitando a necessidade de cada um. “Nós devemos pensar a política pública com muito carinho e muita responsabilidade porque com a população não devemos brincar”.
Antes da cerimônia de lançamento, realizada no auditório do Centro Cultural Professora Valdelice Aparecida Medeiros Prass, houve uma reunião com representantes da saúde de diversos municípios da região como Carapicuíba, Osasco, Cotia, Taboão da Serra e Itapecerica da Serra com o objetivo de discutir ações regionais.
Segundo dados da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), em Embu os negros representam 47% da população. Para Regina Nogueira, coordenadora da Assessoria, “saúde é equilíbrio e a doença é determinada pelo social, racial, ambiental, psicológico, pela situação de gênero etc.”. Para Arnaldo Marcolino, representante do Conselho Nacional de Saúde, “saúde não é doença, é qualidade de vida”.
Por esse motivo que a Assessoria terá o papel de propor ações não apenas para curar as doenças, mas também de prevenir e promover a saúde, como falou o prefeito: “nós vamos investir o que for necessário para trabalhar na prevenção de doenças”.
Os problemas sociais vividos pelos africanos, no período da escravidão, deixaram seqüelas que perduram até os dias de hoje. Segundo Regina Nogueira, alguns deles são a propensão a doenças como hipertensão, diabete tipo dois, alcoolismo e drogadição e todas as suas consequências. Outro índice que chama a atenção é o crescimento de câncer de colo de útero nas mulheres negras.
A coordenadora aponta ainda que algumas doenças “são marcadas pela origem, ou seja, africana, européia, asiática, dentre outras. No caso dos africanos, a anemia Falciforme é a de maior destaque”.